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Revista TecnoAlimentar

Canhono Mirandês ou Cordeiro Mirandês: produtividade vs qualidade

Por Zita Ruano, Andrea Cortinhas, Teresa Letra Mateus

cordeiro

Resumo

A ovinocultura em Portugal é constituída em grande parte por explorações agrícolas tradicionais, muitas vezes de âmbito familiar e que fornecem produtos de excelente qualidade, com características peculiares e de grande contributo socioeconómico para as regiões rurais.

As características de carcaça e da carne, nos últimos anos, têm despertado a atenção do mercado consumidor. A carcaça é uma medida de produtividade do sistema e é o objetivo final nos sistemas de produção de carne, sendo a qualidade um aspeto fundamental da sua valorização.

A particularidade e a qualidade da carne do Cordeiro Mirandês prende-se com características da raça, mas também com a alimentação e maneio.

Introdução

A produção de carne ovina, assim como outros produtos de origem animal, tem uma contribuição importante na dieta humana e deve atender às exigências do mercado, que são cada vez maiores (Mangachaia, 2016).

Por outro lado, os sistemas baseados na criação de raças autóctones, desempenham um papel crucial na manutenção de espaços de agricultura, contribuindo para a preservação da diversidade de paisagens e dos ecossistemas (Teixeira, 2005).

Contudo, um grande número de produtores de raças autóctones desconhece a necessidade de produzir carne de boa qualidade, colocando no mercado carcaças de animais com idade avançada, mantendo uma oferta baixa e irregular, bem como uma apresentação do produto ao consumidor pouco atraente, o que, tudo junto, dificulta o estabelecimento do hábito de consumo.

Assim, torna-se necessário um ajuste de toda a cadeia produtiva, com vista à eficiência da produção ovina, considerando o animal, a carcaça e a carne (Raposo, 2015).

Qualidade, produtividade e sustentabilidade são palavras-chaves que podem determinar a competitividade dos países produtores de alimento nos próximos anos. Um dos grandes objetivos da ciência animal é identificar raças de animais que apresentem características de composição das carcaças e de qualidade da carne apreciadas pelos consumidores (Raposo, 2015).

O Regulamento CE nº 2081/1992 estabeleceu a possibilidade de haver diferenciação da carne no mercado. Sendo Portugal um país que apresenta elevada biodiversidade genética a nível animal, é também considerável a sua contribuição na listagem de produtos qualificados com Denominação de Origem Protegida (Teixeira, 2005), como o Cordeiro Mirandês.

(Continua)

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 15 da Revista TecnoAlimentar, no âmbito do dossier Carnes.

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