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Revista TecnoAlimentar

Russia proíbe entrada de trigo, chocolate e cerveja oriundos da Ucrânia

  • 31 dezembro 2018, segunda-feira
  • mercados

As autoridades russas anunciaram que vão proibir a importação de dezenas de produtos da Ucrânia, tais como o trigo, chocolate ou a cerveja, em resposta às sanções económicas de Kiev contra a Rússia.

chocolate

«O governo russo decidiu proibir a entrada na Federação Russa de mercadorias da Ucrânia ou que passem pelo território ucraniano», afirmam as autoridades em comunicado citado pela agência de notícias France Press.

O documento apresenta ainda uma lista de produtos que não podem passar a fronteira: trigo, óleo de girassol, chocolate, pão, frutas e vegetais enlatados, geleias, cerveja e vinho, fraldas para bebês, assim como certos tipos de móveis e motores.

A proibição tem um efeito imediato, segundo o comunicado, que explica ainda que esta decisão é tomada em resposta aos «atos hostis da Ucrânia contra cidadãos russos ou entidades legais».

A Rússia foi atingida por uma série de sanções económicas ucranianas e ocidentais desde 2014, principalmente por causa da anexação da península da Crimeia no sul da Ucrânia.

Kiev e o Ocidente também culpam a Rússia de apoiar militarmente os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, acusação que é negada por Moscovo.

A Rússia enfrenta ainda acusações de ter avançado como "ações ilegais" após um recente confronto marítimo no Mar Negro.

A 25 de novembro, a Rússia apresou três navios de guerra ucranianos ao largo da Crimeia e deteve os 24 elementos a bordo, acusando-os de terem entrado ilegalmente nas suas águas territoriais.

Tratou-se do primeiro confronto militar aberto entre os dois países desde a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014 e do início do conflito no leste da Ucrânia entre as forças governamentais de Kiev e as forças separatistas pró-russas, que já fez, até à data, mais de dez mil mortos.

O presidente ucraniano Petro Poroshenko anunciou também a aplicação de novas sanções contra a Rússia, incluindo a «agressão contra o Estado ucraniano no Mar Negro».

Uma declaração que surgiu um dia depois de a Rússia ter declarado que tinha mais 245 personalidades e sete empresas ucranianas na sua lista de sanções.

Entretanto, esta sexta-feira, a França e a Alemanha reforçaram os apelos para «um cessar-fogo sólido, completo e duradouro no leste da Ucrânia», região afetada por um conflito desde 2014, para permitir «a execução de medidas humanitárias essenciais» para a população civil.

Entretanto, também hoje os presidentes de Rússia, Vladímir Putin, e da Bielorrusia, Alexandr Lukashenko, estiveram reunidos pela segunda vez esta semana para tentar solucionar o contencioso comercial que os seus países enfrentam há várias semanas.

Das negociações, as duas partes consideram apenas comprometer-se a criar um grupo de trabalho para revolver as disputas bilaterais.

O principal ponto de discórdia prende-se com a conhecida "manobra fiscal", segundo a qual a Rússia reduzirá a zero as tarifas fiscais relativas à exportação de petróleo, em 2024, ao mesmo tempo que aumenta o imposto da exploração mineira.

A decisão prejudica a Bielorrússia que terá de pagar muito mais pelo crude russo, estimando-se um prejuízo que ronda os 10.800 milhões de dólares, segundo a agência de notícias espanhola EFE. 

Fonte: Lusa