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Revista TecnoAlimentar

Planos de Defesa Alimentar nos operadores da indústria alimentar - Bioterrorismo Alimentar

Texto: Pedro Tomás Silva

Major Médico Veterinário e Chefe do Gabinete de Segurança Alimentar da Unidade Militar de Medicina Veterinária Exército Português

Muitos dos países desenvolvidos consideram a ameaça de bioterrorismo de origem alimentar uma realidade e a literatura faz referência a uma grande variedade de agentes biológicos que podem ser fáceis de obter e de disseminar através de alimentos e que, mesmo em doses muito baixas, podem ter consequências graves na sociedade. Apesar das características dos agentes biológicos referidas, a ameaça de bioterrorismo, muitas vezes, não é considerada pelos terroristas porque não produz efeitos imediatos.

No entanto, um ataque de bioterrorismo alimentar tem a capacidade de disseminar o medo e a ansiedade nas pessoas, de produzir perdas económicas, de criar instabilidade social e de originar surtos de origem alimentar (Medicine I., 2002). Os ataques terroristas ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001 e a subsequente libertação deliberada de esporos de Bacillus anthracis através do Serviço Postal nos Estados Unidos da América (EUA), fizeram com que os americanos reconhecessem a possibilidade real de um ataque de bioterrorismo ao seu sistema de alimentação (Gill K.M., 2015).

Em dezembro de 2004, numa conferência de imprensa para anunciar a sua saída como responsável do Department of Health and Human Services nos EUA, Tommy Thompson questionou-se sobre o facto de os terroristas não terem atacado a cadeia alimentar nos EUA, “porque era tão fácil fazê-lo” (National Academy of Sciences, 2006).

Num mundo dominado pela globalização, pela urbanização, pelo aquecimento global e pelas mudanças nos hábitos de consumo, a questão da segurança e da qualidade dos alimentos deve ser uma prioridade para os governos, para os operadores da indústria alimentar e para os consumidores, sobretudo, pela possibilidade de os alimentos poderem ser contaminados nas diferentes etapas da cadeia alimentar, nomeadamente, na produção, na transformação, no transporte, no armazenamento e na distribuição, e causar efeitos prejudiciais à saúde (Krivohlavek A, 2018).

Continue a ler este artigo na Revista TecnoAlimentar nº29.