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Revista TecnoAlimentar

«E se os produtos que produzimos passarem a ser uma arma para os terroristas?»

Texto e Fotos: Ana Clara

A pergunta foi esta terça-feira, 4 de julho, colocada por Pedro Queiroz, diretor geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), na LISPOLIS - Associação para o Pólo Tecnológico de Lisboa, que recebeu o seminário “Terrorismo e Fraude Alimentar”, promovido pela SGS, e que contou com a revista TecnoAlimentar como media partner.

terrorismo

No evento, moderado pelo diretor da Revista TecnoAlimentar, Rui Alves, foram vários os especialistas em matéria de segurança alimentar, que refletiram sobre um tema que, em Portugal, dizem alguns, «ainda está muito pouco aprofundado».

Na sessão de abertura, João Marques, Presidente do Conselho de Administração da SGS Portugal, salientou a importância do tema lembrando o papel da SGS na «busca de qualidade». «Existimos para levar segurança à vida das pessoas», disse.

Seguiu-se a intervenção de Pedro Queiroz, diretor geral da FIPA, que abordou o tema do papel da indústria na defesa alimentar.

O responsável, contextualizando o problema do terrorismo, começou por lembrar que «a indústria é um dos setores que mais sofrerá com as fraudes». «E não podemos esquecer que, sempre que existe fraude alimentar, por exemplo, é a reputação das empresas e das marcas que está em causa», alertou.

Pedro Queiroz recordou depois alguns dos dados mais preocupantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) relativos a esta realidade. Todos os anos, indicam as estatísticas da OMS, se perdem 33 milhões de vidas, por ano, em todo o mundo, provocadas por doenças de origem alimentar. Mais: uma em cada dez pessoas por ano fica doente devido a problemas de origem alimentar. Cinco milhões morrem, anualmente, na Europa por causa do mesmo problema».

Depois de enumerar alguns números de uma realidade que «a todos deve preocupar», o responsável da FIPA lançou uma questão para a plateia: «e se os produtos que produzimos passarem a ser uma arma para aqueles que praticam o terrorismo?».

Pedro Queiroz não tem dúvidas: «o problema tem de ser pensado ao longo da cadeia de valor, de forma partilhada, e não isoladamente».

O sistema alimentar no conceito estratégico de defesa nacional foi a abordagem escolhida por António Nunes, Presidente do Observatório de Segurança,Criminalidade Organizada e Terrorismo, que abordo esta matéria do ponto de vista da segurança e defesa nacionais.

O especialista realçou que «a cadeia alimentar é, hoje, um alvo fácil, com índices de baixa segurança, e que quaisquer falhas podem provocar doenças e/ou mortes, quebras no abastecimento, destruição de marcas», entre outras situações.

Destaque ainda para as comunicações de Raquel Silva, Gestora de Produto de Certificações Agroalimentares da SGS, que debruçou-se sobre o tema “Food defense nos referenciais FSSC 22 000, BRC Food e IFS Food (SGS)”, de Evangelia Komitopoulou, especialista na área da auditoria em Segurança Alimentar e Qualidade, que falou sobre os novos desenvolvimentos no sistema global de proteção de alimentos, do Inspetor Geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar que abordou a realidade nacional e internacional, Mário Gadanho, Diretor Técnico do Laboratório SGS Molecular, que analisou a Biologia molecular para evitar a fraude e de Paula Severino, investigadora, que explicou ao público as metodologias para a área do “Food Defense”.

No final teve lugar o lançamento do livro “Food Defense”, com a presença dos autores, Domingos Almeida e Paula Severino.

livro

Da esquerda para a direita: Domingos Almeida e Paula Severino (autores da obra) e António Malheiro, diretor geral da Publindústria

A obra é editada pela Agrobook (para adquirir a obra, clique aqui). Antes desta apresentação, o diretor geral da Publindústria, António Malheiro, fez uma apresentação do grupo editorial que lidera.

Esta quarta-feira o seminário irá ter lugar em V.N. Famalicão, na Casa das Artes. Saiba mais aqui.  

Leia a reportagem completa na edição impressa n.º 12 da revista TecnoAlimentar.