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Revista TecnoAlimentar

Controlo oficial da segurança sanitária na fileira do pescado. O papel do Médico Veterinário Oficial

Por Matilde Matos - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Departamento de Ciências Veterinárias

Madalena Vieira Pinto - CECAV, Centro de Ciência Animal e Veterinária, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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O Pescado no Mundo

Atualmente o consumo de pescado ocupa um lugar de destaque nos hábitos alimentares a nível Mundial. De acordo com o relatório da FAO (2016), os valores de consumo de peixe per capita mundial atingiram valores recorde de 20 kg em 2014.

Este aumento de valores poderá estar associado ao aumento de produção e do consumo de peixe de aquicultura, à redução de desperdícios e ao aumento da procura resultado do crescimento populacional.

Outros fatores são a melhor utilização de recursos e as melhorias verificadas a nível dos canais de distribuição de produtos (FAO, 2016).

A verdade é que o aumento significativo no consumo de pescado revela que existe uma alteração mundial a nível da dieta tornando-a mais diversificada e nutritiva já que o pescado é altamente referido como um alimento saudável, sendo que a Organização Mundial de Saúde frequentemente destaca os benefícios inerentes ao consumo de peixe.

A Fileira de Pescado em Portugal

Procurando Portugal no Mapa-mundo depressa salta à vista de qualquer observador algo sobre o nosso País: grande parte de Portugal Continental faz fronteira com o Oceano Atlântico, mais concretamente quase 950 quilómetros.

Não é portanto difícil de imaginar a importância que a fileira do pescado teve na História do País, lugar que ocupa nos dias de hoje. O seu valor faz-se sentir a nível cultural, social, técnico, económico, gastronómico e mais recentemente, mas com um peso cada vez maior, a nível turístico.

Portugal é frequentemente referido como sendo um dos maiores consumidores de pescado a nível Europeu e os produtos da pesca representam quase um quarto da dieta-tipo da população portuguesa. Durante os Descobrimentos surgiram novas ofertas de pescado para a população portuguesa, sendo o bacalhau um bom exemplo.

As espécies de pescado tradicionalmente mais consumidas, como a sardinha, o atum e a cavala, potenciaram a criação e desenvolvimento da Indústria de Transformação, nomeadamente de conservas, que se tornaram um marco de valor histórico, sociocultural e económico para as comunidades que se instalaram em redor dos portos distribuídos ao longo da costa de Portugal.

Eventualmente, e com o aumento do mercado dos produtos da pesca, observou-se um afastamento da localização das unidades de transformação/conservas paralelo à evolução das redes de transportes e de armazenagem.

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Criaram-se novos processos de armazenagem, como a congelação, nos quais o produto mantém as propriedades desejadas por largos períodos de tempo, permitindo criar ligações comerciais internacionais. A globalização do mercado levou à pressão competitiva sobre as empresas de transformação que por sua vez aumentou as exigências de quantidade e qualidade de produtos e capacidade de resposta aos pedidos do mercado.

Como estas exigências são difíceis de responder unicamente utilizando a pesca como único recurso, pois os recursos marinhos são insuficientes, desenvolveu-se uma nova fonte, a Aquicultura.

Podemos ver então como o setor das pescas cresceu e evoluiu, criando a designada fileira do pescado que se inicia na captura do pescado ou na unidade de aquicultura. Destas fontes os produtos da pesca podem passar por diferentes subsectores da Indústria Transformadora que podem ser reconhecidos como: das Conservas, do Bacalhau e o pescado Congelado. 

Leia o artigo completo na edição n.º 10 da TecnoAlimentar. Saiba mais aqui

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