Alimentos: avaliação da qualidade sensorial
Boas práticas e recomendações para uma correta análise descritiva.
Carla Barbosa, M. Rui Alvesa e Beatriz Oliveira
Introdução
Os alimentos processados são preparados, cuidadosamente, de modo a manter a frescura típica, que inclui a aparência, o flavour e a textura.
A qualidade sensorial dos alimentos, reflete-se na aparência, atributo que à primeira vista irá ser objeto de análise por parte do consumidor. Estes produtos não devem apresentar degradação superficial, nomeadamente: perda da cor característica, aspeto desidratado ou queimado, presença de componentes estranhos, presença ou ausência de defeitos (pontos escuros/acastanhados ou queimados), etc.
Outros aspetos da qualidade sensorial do alimento são: aromas/flavour característico (sem cheiros estranhos); propriedades de textura característica (dureza ou firmeza, coesividade ou elasticidade, entre outras).
Por exemplo no caso de alimentos minimamente processados (frutas ou legumes), espera-se uma textura crocante húmida, sem excesso de suculência e com uma firmeza não elástica e não fibrosa.
Nestes produtos, as alterações metabólicas provocadas pelas etapas de pós-colheita, podem ser prejudiciais, promovendo respostas negativas ao nível organolético, é comum verificar-se alteração de sabor, aroma e textura, entre outros atributos muito relacionados com a tipicidade destes produtos.
Estas ou outras propriedades organoléticas dos alimentos podem ser afetadas devido aos processos degradativos que ocorrem ao longo do armazenamento.
É o caso da cor que é afetada não só pelos processos oxidativos, mas também pelo crescimento microbiano e a atividade enzimática (desencadeia a perda ou reação de pigmentos responsáveis pela cor, clorofilas, antocianinas, carotenos, etc.).
A perda de água do produto e a lixiviação de sucos são responsáveis não só pela perda de minerais e pigmentos, mas também faz com que os atributos relacionados com a textura se afastem da tipicidade (ex: firmeza, fibrosidade, aparência esbranquiçada, etc.).
(continua)
Nota: Artigo publicado na edição impressa da TecnoAlimentar 12.
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