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Revista TecnoAlimentar

Queijos impulsionam mercado dos laticínios

O mercado dos laticínios, que engloba as categorias de leite, iogurtes, queijo, manteiga e natas, continua a apresentar resultados bastantes diferentes.

queijos

Enquanto a categoria do leite continua a atravessar uma fase difícil, voltando a registar resultados negativos, tanto em volume com em valor, a categoria dos queijos segue no bom caminho, sendo a que melhores resultados apresentou neste segmento de mercado.

Nos resultados divulgados pela Nielsen referentes ano móvel findo a semana 51/2016, o mercado dos laticínios continua a apresentar resultados muito díspares entre as diferentes categorias.

Detalhando a análise, o leite apresentou os piores resultados deste mercado. No total, foram transacionados 453,1 milhões de litros, uma descida de 6% face ao período homólogo. Em valor, a categoria apresentou resultados ainda piores.

Com 268,7 milhões de euros faturados, desceu 9% em relação a 2015.

«Estes números, não obstante serem um decréscimo face a 2015, de 9% e 6%, respetivamente, demonstram um desacelerar da tendência negativa que tem penalizado a categoria nos últimos anos. A manutenção do elevado nível promocional (59 em cada 100 litros são suportados por promoção) e o crescimento exponencial do leite sem presença de lactose e biológico são a razão pela qual a categoria atenuou a perda em 2016. De destacar que o leite sem presença de lactose duplicou volumes nos últimos dois anos», explica Tiago Rodrigues, Associate Client Manager da Nielsen.

De acordo com o especialista, a par da performance do leite sem presença de lactose e biológico, é de destacar o aparecimento de leite de pastagem, que procura oferecer aos “shoppers” e futuros consumidores uma alternativa ao consumo de leite tradicional.

«Não obstante o decréscimo de vendas, o leite continua a ser uma das categorias com maior presença nos lares portugueses (96% dos lares compraram leite no último ano) e das categorias que mais tráfego geram no ponto de venda (em média cada lar comprou leite 21 vezes em 2016)», acrescenta.

Se os resultados não foram, aparentemente, os melhores, nem todos têm razões de queixa. A Bel, que no segmento do leite tem a Terra Nostra, destaca um ano positivo para a marca. «A marca Terra Nostra atingiu, em 2016, em termos de quota de mercado, 6,8% em valor no total de hipers+supers, chegando assim ao top 5 das marcas de leite UHT. A nossa proposta no leite é distinta, Terra Nostra é um leite que vem da pastagem, de vacas que vivem ao ar livre e comem erva fresca todo o ano. O consumidor reconhece a mais-valia porque cada vez está mais interessado em ter uma alimentação mais natural, interessa-lhe o bem-estar animal e a sustentabilidade ambiental», destaca Paula Gomes, diretora de marketing da Bel Portugal.

À semelhança do leite, a categoria da manteiga também já apresentou melhores resultados. A penetração deste tipo de produto nos lares portugueses situa-se nos 68%. No entanto, em termos de volume e, sobretudo de valor, os resultados podiam ser melhores. 10,7 milhões de quilogramas foram transacionados em 2016, valor igual ao apresentado no ano anterior, e 58 milhões de euros foram gerados, numa descida de 3% face a 2015. A categoria foi comprada, por cada lar, cerca de oito vezes, levando para casa 0,33 quilogramas por ato de compra, onde foi gasto cerca de 1,60 euros.

No segmento dos iogurtes, a situação mantém-se muito semelhante a 2015. No total, foram vendidos 177 milhões de quilogramas de iogurtes, valor igual ao do ano anterior, tendo sido faturados 431,2 milhões de euros, 1% mais do que no período homólogo. Isto significa que, apesar do volume se manter igual, em valor a categoria apresentou melhores resultados.

Mas são os queijos a categoria de excelência deste mercado, apresentando os melhores resultados de crescimento tanto em volume como em valor. 61,9 milhões de quilogramas de queijos foram comercializados em Portugal (+5%), alcançando vendas de 459,4 milhões de euros, 3% mais que no ano anterior.

Fonte: Grande Consumo