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Revista TecnoAlimentar

Nova perspetiva para a gastronomia portuguesa – Petisco, uma marca nacional

Portugal não tem uma marca nacional que destaque a riqueza da gastronomia portuguesa de uma forma simples e transversal a todas as culturas e idiomas. A definição de uma marca nacional requer a análise dos fatores que caracterizam um país, desde a história, a cultura, até à identidade culinária.

Porém, é necessário olhar para o mercado e ver as condições existentes. Neste sentido, este estudo visa desmistificar as diferentes dimensões que sustentam a gastronomia portuguesa através da redescoberta e emergência do conceito Petisco.

Segundo Fernandes e Alvez (2015) ao demonstrar tradição e saber-fazer, o espaço rural ganha importância como reserva simbólica e patrimonial, distinguindo-se pelo que oferece e apelando à qualidade e preservação dos costumes portugueses.

O marketing agroalimentar desempenha precisamente aqui um papel fundamental. Combinar as bases da economia e da competitividade agroalimentar com as melhores práticas de produção, transformação e conservação de plantas e animais, deve ser um objetivo do Estado (Dias et al., 2016).

«Ao demonstrar tradição e saber-fazer, o espaço rural ganha importância como reserva simbólica e patrimonial, distinguindo-se pelo que oferece e apelando à qualidade e preservação dos costumes portugueses»

Atualmente, o «Marketing 5.0 baseia-se na centralidade humana do Marketing 3.0 e na proeza tecnológica do Marketing 4.0. É definido como a utilização de tecnologias humanizadas para criar, comunicar, entregar e alavancar valor ao longo da experiência do cliente» (Kotler, Setiawan, & Kartajaya, 2021).

Este novo paradigma de marketing permite priorizar primeiro o ser humano e depois o consumidor, abrindo portas a novos horizontes e novas formas de definir estratégias. Como estratégia de marketing, o branding envolve um processo de aproveitamento e gestão dos elementos de um produto, para atrair e reter o cliente (Lai, Khoo-Lattimore, & Wang, 2017). 

Nas últimas décadas, a cocriação e o valor da marca, ambas através de experiências humanas, tem implicações significativas na gestão da marca, tais como a inovação colaborativa no desenvolvimento de novos produtos (Ramaswamy & Ozcan, 2015).

Apesar da marca ser uma prática bem estabelecida na comercialização de bens de consumo, a sua aplicação a intangíveis é uma atividade relativamente nova. A este respeito, nas últimas décadas, tem havido progressos nesta direção, no sentido de compreender e melhorar as marcas de bens intangíveis, tais como países, regiões e cidades (Pearson & Pearson, 2017).

CONCLUSÕES

Esta investigação procurou evidenciar a marca Petisco como algo que faz parte da história da cozinha e da gastronomia portuguesa e que segundo os autores do estudo, merece ser destacado. Uma semente que pode emergir com as condições adequadas, enfatizando o que de melhor Portugal tem para oferecer, por via da utilização deste “símbolo” – a marca Petisco.

Estes resultados pretendem ser um contributo para as entidades que definem as políticas agroalimentares e gastronómicas portuguesas, ajudando-as a basear as suas decisões estratégicas, usando a opinião de um conjunto diversificado de peritos nacionais. 

Nota de Redação

Artigo publicado na edição n.º 30 da Revista TecnoAlimentar.

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