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Revista TecnoAlimentar

«É visível no setor alimentar produtivo uma maior preocupação na automatização de processos»

Referência nacional na indústria alimentar, a Indusstock foca-se na procura de soluções de automatização que permitam a rentabilização de recursos e a melhoria de eficiências produtivas. Fundada em 2013, a empresa foi reconhecida com os prémios PME Líder e PME Excelência em 2018, 2019 e 2020. Representa hoje marcas reconhecidas mundialmente e, segundo conta João Ferreira, gestor da firma, «a sustentabilidade é a chave para o sucesso a longo prazo em qualquer organização».

Indusstock

Entrevista Marta Caeiro   Fotos Indusstock

TECNOALIMENTAR: Como é que surgiu a Indusstock e que momentos chave da sua história destacaria destes oito anos?

JOÃO FERREIRA: A Indusstock surgiu da vontade, do empenho na inovação constante e no gosto pela procura de soluções inovadoras que sempre pautaram a minha forma de estar. Desde cedo sempre foi o foco constante na inovação e automação que guiaram a minha evolução pessoal e profissional. Depois de muitos anos dedicados à procura de soluções para os mais diversos desafios na grande empresa de pastelaria e confeitaria onde colaborei, resolvi alargar os horizontes, para que pudesse ser uma mais-valia para um leque alargado de empresas a nível nacional. Surgiu então a Indusstock. Inicialmente apenas com três pessoas, dando apoio a alguma indústria alimentar, principalmente ao nível de recondicionamento e automatização de processos produtivos. Rapidamente, alguns gestores de empresas da área alimentar que me conheciam e conheciam o meu trabalho anterior, desafiaram e pressionaram para que desenvolvesse soluções para os mais diversos problemas que tinham nas suas fábricas. Estes desafios que com agrado aceitei levaram à necessidade de vocacionar a empresa para o desenvolvimento de projetos e soluções completas, área com a qual estava perfeitamente familiarizado. Esta nova vertente despoletou a necessidade de grandes investimentos ao nível de equipamentos produtivos e de pessoal técnico qualificado em diversas áreas de engenharia.

TA: Quais as soluções oferecidas atualmente pela empresa?

JF: Atualmente a Indusstock é autónoma ao nível do fornecimento de soluções completas. O nosso focus é sempre aportar valor acrescentado aos clientes e nesse sentido oferecemos soluções 360º que vão desde a consultoria com a definição das soluções mais eficazes e eficientes, o projeto e desenho técnico de soluções, passando pela maquinação e construção de peças até ao processo de automatização, estamos perfeitamente vocacionados para os mais diversos desafios. Disponibilizamos também aos clientes um suporte altamente qualificado a nível de assistência técnica, quer seja para os equipamentos fornecidos por nós ou por entidades terceiras. Fazemos ainda a montagem nas instalações do cliente e acompanhamos todo o processo de arranque produtivo.

TA: E que soluções da Indusstock considera serem de maior relevância na indústria alimentar?

JF: Temos uma vasta gama de produtos desenvolvidos por nós e evitamos desenvolver produtos que já existam no mercado. Consideramos que não temos concorrência a nível nacional na maior parte dos equipamentos e soluções que produzimos, desde depositadoras de massa, sistemas de pesagem, máquinas de embalamento, entre outros. Na maior parte das situações, a nossa concorrência vem do estrangeiro através de empresas nacionais que representam construtores externos. Somos uma referência a nível nacional e marcamos a diferença relativamente a essas empresas, porque o know-how é nosso e não do estrangeiro, não nos limitamos a vender mas construímos o que vendemos. Isto é um conforto e uma segurança enorme para os nossos clientes, pois o know-how técnico está “à porta” do nosso cliente, que desta forma não depende de um fornecedor estrangeiro, que pode estar a milhares de quilómetros e com custos de assistência elevados.

TA: “Inovação” é uma das palavras-chave usadas no universo Indusstock. De que forma a aplicam no dia-a-dia das vossas funções?

JF: Trabalhamos para uma indústria muito exigente, a alimentar, que está sempre no topo do universo evolutivo. Para que estejamos enquadrados e possamos dar resposta a esta área, dispomos de uma equipa técnica excelente, sempre com o foco na procura das últimas inovações técnicas que possamos incorporar nos equipamentos que desenvolvemos.

 Indusstock

CONSTRUIR UM FUTURO MAIS SUSTENTÁVEL

 

TA: O papel social e ambiental está também incutido no ADN da empresa. Como contribui a Indusstock para a construção de um futuro mais sustentável?

JF: A sustentabilidade é a chave para o sucesso a longo prazo em qualquer organização. Quando falamos em sustentabilidade temos de falar em responsabilidade social, saúde e segurança, ambiente e eco-eficiência nos nossos processos produtivos e nos materiais que utilizamos no fabrico dos equipamentos e na implementação das soluções. Tal traduz-se em soluções energeticamente eficientes, reduzindo custos aos nossos clientes e contribuindo para um futuro mais verde e sustentável. Sendo o nosso cliente a indústria alimentar, sempre foi primordial o respeito e a preocupação ambiental.


TA: Os projetos “chave-na-mão” são uma das vossas apostas. Com que intuito foi criada esta vertente?

JF: Desde logo nos focámos na entrega de soluções completas aos nossos clientes. Uma vez que existe know-how interno para o fazer, é muito mais rentável e confortável para o cliente gerir o projeto com uma empresa do que fazê-lo com um leque de empresas que podem não compatibilizar as soluções da forma mais adequada.

TA: Representam também alguns fabricantes para o mercado português. Quais são esses fabricantes?

JF: É uma honra para nós a confiança depositada na Indusstock pelas grandes e prestigiadas marcas que representamos. Empresas reconhecidas mundialmente e que apostaram e confiaram em nós com apenas alguns anos de atividade. Marcas como a Ishida, líder mundial em equipamentos de pesagem e controlo de qualidade, a Polin, fabricante de fornos e equipamentos de formação de bolachas, a Tecnopack, fabricante de equipamentos de embalagem, entre outros. Com estas parcerias, entre aquilo que produzimos e aquilo que podemos complementar com as nossas representadas, podemos fornecer uma fábrica completa para produção de bolachas, bolos ou outro tipo de alimentos.

TA: Nos anos 2018, 2019 e 2020, a Indusstock foi reconhecida com os prémios PME Líder e PME Excelência. O que representa este reconhecimento para a empresa?

JF: É um orgulho para toda a equipa o reconhecimento que nos é atribuído pelo IAPMEI, é sem dúvida o confirmar de uma gestão assertiva e de um esforço conjunto de todos os elementos desta equipa, reconhecendo a eficiência e o desempenho conjunto. É acima de tudo o reconhecimento dos nossos clientes que leva a este tipo de distinção, pois sem esse reconhecimento diário pelo desempenho de toda a equipa nunca seria possível atingir estes níveis. É o confirmar de que as nossas soluções aportam um valor acrescentado aos nossos clientes, que se reconhecem naquilo que fazemos, mantendo e fomentando parcerias muito importantes e duradouras. É essa confiança por parte dos nossos clientes que mais valorizamos e trabalharemos para manter-nos merecedores da mesma no futuro.

 

TA: Que valores procura incutir nas equipas que gere e que são, consequentemente, passados ao cliente final?

JF: O foco é sempre o nosso cliente. A sua fábrica é a nossa fábrica e não pode baixar os níveis de produtividade nem parar. A nível de equipas apostamos fortemente na formação dos nossos colaboradores por forma a lhes proporcionarmos uma constante evolução a nível profissional. Sabemos que para atingir esses níveis de excelência, o equilíbrio familiar e profissional é fundamental, sendo esse equilíbrio algo sempre presente e promovido na minha gestão. Basicamente, e como equipa, assumimos em conjunto os desafios e em conjunto celebramos os sucessos! É nossa preocupação constante a rentabilidade, a eficiência e a fiabilidade dos equipamentos que colocamos ao dispor dos nossos clientes. Este tipo de postura leva a que muitas vezes recorram à Indusstock para assistir problemas em equipamentos que não são nossos nem das nossas representadas, isso marca a diferença em termos de disponibilidade da equipa e dos conhecimentos técnicos de que dispomos. O cliente está sempre na linha da frente em relação às nossas prioridades.

 

«A PANDEMIA ENSINOU-NOS QUE NÃO EXISTEM VERDADES INABALÁVEIS NEM MODELOS DE GESTÃO 100% EFICAZES»

 

TA: De que forma avalia o impacto da pandemia de Covid-19 no setor de equipamentos para a indústria alimentar e, em particular, dentro da Indusstock?

JF: Aprendi desde cedo a olhar para as dificuldades como oportunidades de melhoria. A indústria alimentar, embora por vezes esquecida, esteve sempre na linha da frente durante toda a pandemia. Todos os dias há que alimentar Portugal e é das fábricas dos nossos clientes que saem grande parte dos produtos que consumimos. Não passámos ao lado da pandemia e por isso também existiram alguns constrangimentos, mas aprendemos a melhorar eficiências e rentabilidades. É fácil gerir em momentos de crescimento económico, mas é preciso resiliência e adaptabilidade para ultrapassar os momentos mais complicados. No setor alimentar alteraram-se muitos paradigmas e fizeram-se atualizações e upgrades que provavelmente levariam anos em tempos normais. É visível no setor alimentar produtivo uma cada vez maior preocupação na automatização de processos por forma a que em tempos de pandemia como a que vivemos, as empresas continuem a dar respostas ao mercado sem estarem tão dependentes de mão de obra. Internamente investimos muito em tudo o que são ferramentas digitais criando interfaces que nos permitam estar mais perto dos nossos atuais e futuros potenciais clientes. Isso preparou-nos e aos nossos clientes para o futuro, melhorando a competitividade e níveis de eficiência.

TA: E quanto ao futuro, que perspetivas ou novos projetos se conjeturam para a empresa?

JF: É um caminho contínuo onde a pandemia nos ensinou que não existem verdades inabaláveis nem modelos de gestão 100% eficazes. A adaptabilidade, o elevado grau de qualificação dos nossos colaboradores, a procura contínua de soluções inovadoras e tecnologicamente avançadas são as nossas linhas orientadoras para continuar a servir bem os nossos clientes. Nesse sentido, diria que o nosso maior projeto é, independentemente das situações externas, continuarmos a evoluir por forma a conseguirmos os mais elevados níveis de satisfação do cliente. O reconhecimento nacional e internacional pela excelência e inovação dos nossos projetos. Pela capacidade, flexibilidade e criatividade em projetar e fornecer soluções integradas que criem mais valor aos nossos clientes e colaboradores, mantendo sempre elevados padrões de responsabilidade social.

Nota de Redação:

Artigo publicado na edição n.º 27 da Revista TecnoAlimentar.

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