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Revista TecnoAlimentar

Desperdício alimentar: Estratégias para a sua minimização

Por: Filipa A. Fernandes, Custódio M. Roriz, Sandrina Heleno, Márcio Carocho

Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Instituto Politécnico de Bragança; Laboratório Associado para a Sustentabilidade e Tecnologia em Regiões de Montanha (SusTEC), Instituto Politécnico de Bragança

RESUMO

A questão do desperdício de alimentos é um desafio significativo enfrentado pela comunidade global, com 1,3 biliões de toneladas de alimentos desperdiçados a cada ano. Na tentativa de resolver esta problemática, vários países adotaram estratégias para avançar para uma economia circular, onde a cadeia de abastecimento alimentar deve cuidar de seus subprodutos e desperdício de alimentos. Os princípios da economia circular envolvem a redução de produção de resíduos no sistema alimentar, reutilizando ou reciclando, convertendo subprodutos e resíduos em produtos utilizáveis e reduzindo o uso de recursos na produção e distribuição.

O desperdício alimentar pode ser minimizado por meio de várias estratégias, como melhorar a eficiência do processamento, reduzir a superprodução e as condições inadequadas de armazenamento e transformá-lo em subprodutos de valor acrescentado. Estratégias sustentáveis de gestão de resíduos alimentares devem ser implementadas em todos os níveis da cadeia para obter moléculas de alto valor a partir de bioresiduos oriundos de residências ou processos de produção. É necessário um maior comprometimento geral para promover um desenvolvimento sustentável com desperdício zero que seja ecologicamente e economicamente viável.

INTRODUÇÃO

Com a industrialização e o rápido crescimento populacional a produção de alimentos cresceu a um ritmo acelerado, contudo estima-se que um terço dos alimentos seja desperdiçado ao longo da cadeia de abastecimento (Correani et al., 2023). O desperdício alimentar consiste na remoção de alimentos e das suas partes não comestíveis durante a produção, a colheita, a distribuição, o armazenamento no mercado e o consumo nos serviços de alimentação e no seio familiar, tendo como destino aterros sanitários, esgotos, combustão, compostagem, codigestão aeróbia e solos (fertilização) (Forbes et al., 2021). De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) 14% do desperdício alimentar ocorre no período de distribuição entre a colheita e o mercado, correspondendo 25% desses produtos a raízes, tubérculos e a culturas oleaginosas, 22% a frutas e vegetais, 13% a carne e produtos animais e 9% cereais (FAO, 2019).

O desperdício alimentar é um problema global, que para além de ter impactos sociais e económicos, afeta negativamente o ambiente, sendo responsável por 8% das emissões de gases com efeito de estufa, 20% do consumo de água doce e 30% do uso de terras agrícolas (Fraccascia & Nastasi, 2023). A Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, aprovou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, onde definiu 17 objetivos, bem como as suas metas, que devem ser alcançados até 2030 (United Nations).

Artigo publicado na edição n.º 36 da Revista TecnoAlimentar.

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