FacebookLinkedin

Revista TecnoAlimentar

Universal Robots apresenta a maior feira virtual de robôs colaborativos do mundo

A WeAreCobots, a maior feira virtual de robôs colaborativos do mundo, terá lugar de 16 a 18 de junho. O evento destina-se a um público europeu, com palestras sobre tendências de automatização, um vasto leque de novidades e demonstrações de produtos em cinco idiomas. Durante a conferência de imprensa de abertura do evento, realizada online, Jürgen von Hollen, presidente da Universal Robots, explicou onde a empresa se posiciona para o futuro.

Universal Robots

Universal Robots (UR), empresa dinamarquesa pioneira em robôs colaborativos, decidiu reinventar-se e oferecer, durante três dias, de 16 a 18 de Junho, entre as 9 e as 15 horas, a WeAreCobots. Depois de ter realizado uma feira online semelhante na Alemanha, em abril passado, a UR lança agora a WeAreCobots para toda a Europa, em cinco idiomas: inglês, alemão, francês, espanhol e italiano. Com mais de 30 stands virtuais e 50 palestras ao vivo por um vasto leque de especialistas em robótica, os visitantes terão uma visão privilegiada sobre o futuro da automação.

Jürgen von Hollen começou a sua intervenção por agradecer aos participantes e referir que este é o primeiro grande evento virtual da empresa, destacando que a adaptação ao "novo normal" devido à pandemia de Covid-19 se tem relevado uma «jornada entusiasmante», pois «as empresas começaram a pensar os aspetos tecnológicos dos seus negócios».

Em seguida, começou por realizar uma pequena introdução sobre a empresa, que tem como principal objetivo permitir a acessibilidade sem complexidade aos robôs colaborativos. «Somos muito apaixonados pelo que acreditamos e acreditamos que os robôs coloborativos devem ser acessíveis para todos», referiu, destacando que isso se traduz numa tecnologia rápida e flexível, aliada a uma fácil programação para qualquer pessoa que queira trabalhar com os denominados cobots.

«A tecnologia capacita as pessoas. Todos nós queremos estar no controlo todos os dias», apontou, indicando a tecnologia enquanto ferramenta que programamos. Assim, o objetivo essencial da Universal Robots passa por retirar a complexidade da automação. Se tal acontecer, será garantido que os seus produtos se tornam acessíveis a um maior número de pessoas. 

Jürgen von Hollen acredita que «este mercado ainda está no inicio do seu potencial e ainda há muito que podemos alcançar». Realçou, também, que a Universal Robots é «uma companhia global desde o primeiro dia», sendo que «o mercado dinamarquês nunca foi suficiente», o que se traduziu numa empresa virtual desde o começo, algo que diz ter sido «essencial» para o seu desenvolvimento. Atualmente a Universal Robots está presente em mais de 20 países, com mais de 29 escritórios e empregando uma média de 740 trabalhadores. Além disso, o número de parceiros está a crescer diariamente, situando-se em torno dos 1 100. 

Sobre a palavra de ordem da empresa, o presidente afirma que «falamos de inovação enquanto companhia e todos pensam na mesma como um produto, mas é muito mais. O nosso modelo de negócio tambem faz parte dessa inovação», destacando que o foco para os próximos anos «será no ecossistema global da nossa empresa». Como tal, a Universal Robots aplica a sua inovação em termos de produto e tecnologia, modelo de negócio, ecossistema e processos e ferramentas diárias. 

Sobre a importância dos robôs colaborativos para o panorama atual, Jürgen von Hollen começou por identificar três grandes problemas a serem resolvidos. Em primeiro lugar, modelos de trabalho de baixo custo seguiram o seu curso. Aliado a tal, encontra-se a baixa demografia constante e a vontade dos trabalhadores por optarem por outros tipos de trabalho menos cansativos. «Conhecemos os dados demográficos e os desafios que temos para encontrar mão-de-obra industrial. Este revela-se como um problema mundial, não acontece apenas nos EUA ou na Europa, acontece também na China e no México».

Outro dos problemas relaciona-se com o facto das atuais soluções de automação terem um custo elevado e não dotarem de flexibilidade. «Os modelos de negócios são muito, muito difíceis  de serem sustentáveis no mundo dinâmico de hoje. Não se pode construir uma fábrica por 10 anos e esperar o retorno por mais uns quantos anos. É desafiante, especialmente no ambiente atual. O nosso objetivo passa por reduzir a complexidade, aumentar a flexibilidade, a eficiência, a qualidade da ergonomia e a segurança para as equipas. Estes são os drivers que vendemos», explica. 

O impacto da Covid-19 na Universal Robots

Universal Robots

Jürgen von Hollen abordou a crise provocada pelo novo coronavírus, destacando que «apesar da crise, seguimos em frente com todas as nossas exposições, mas de forma virtual. Para mim, isso é algo importante pois conseguimos perceber que a nossa equipa está a esforçar-se para seguir em frente, o que é entusiasmante». O presidente apontou que esta forma de realizar o evento trará mais adesão ao respetivo, visto a feira estar disponível em cinco línguas distintas, ser gratuita e no formato online. 

A crise do novo coronavírus surpreendeu a UR, que nunca encerrou as suas fábricas, muito graças à tecnologia de que dispõe. Atualmente, 75% dos trabalhadores encontra-se em teletrabalho, enquanto são necessários apenas 20% dos colaboradores para assegurar que a fábrica funciona conforme o desejado.

«Quando começamos a ver as restrições surgirem, começamos a trabalhar durante a noite e ao fim-de-semana para realizar os nossos inventários globalmente em quatro locais diferentes ao redor do mundo, isto para garantir que pudéssemos ensinar tudo sobre as nossas linhas aos nossos clientes e parceiros, porque simplesmente não sabiamos o que ia acontecer da perspetiva das restrições», conta, explicando que foram «sortudos» devido ao facto de não existir uma extensa complexbilidade nos processos. Contudo, compreenderam também que seria necessário «fazer muito mais». 

Jürgen von Hollen demonstrou-se «orgulhoso» do seu staff, que respondeu ao desafio. Viu também esta situação como uma oportunidade de provar às empresas a importância da automação colaborativa, cada vez mais essencial no mundo inteiro. Jürgen von Hollen acredita que o fator crítico de sucesso para qualquer empresa nos próximos cinco anos é a flexibilidade. «Se vamos fazer um investimento de capital nesse período, temos que ter a certeza que terá flexibilidade. Se queremos que o nosso negócio tenha continuidade, não podemos falhar na flexibilidade», apontou. «O que vemos agora é que estamos a conversar com muitas empresas, grandes e pequenas, e estas falam sobre a continuidade dos negócios enquanto um dos principais fatores para a tomada de decisões e automação».

Universal Robots

«Uma das noções mais importantes que esta crise irá deixar relaciona-se com a consciência do que os robôs coloborativos podem fazer pelas pequenas e medias empresas, que antes nao tinham tanto essa noção», acredita. Na sequência da cadeia de pensamento, o responsável da Universal Robots apresentou a importância dos robôs colaborativos no combate à Covid-19. Em Espanha, na empresa Seat, foram essenciais para produzir ventiladores, respiradores e outros equipamentos. Já no Canadá, a empresa Revtech Systems utilizou as soluções da UR para criar equipamentos de proteção individual. Nos EUA, a Detectachem utiliza os cobots enquanto auxiliares na realização dos testes à Covid-19, evitando o toque nos plásticos utilizados nos exames, que podem propagar contágio. Perante tal, conseguimos compreender que o futuro passa por toda esta automação inovadora. 

O presidente da Universal Robots focou-se, por último, nas perspetivas do mercado. Apesar das previsões serem difíceis de realizar, este realça que «fundamentalmente, não acredito que as coisas vão mudar. Vai ter um efeito no crescimento em 2020/2021, mas acredito que a taxa de crescimento irá voltar, só não sabemos quando. Estamos a ter um grande problema a prever para onde vamos este ano, há muitas variáveis envolvidas. Tudo terá um efeito no mercado, como uma possível nova onda da pandemia, mas a base dos fundamentos ainda continua presente».

Destacando que os clientesm «nao querem comprar um cobot, querem compar uma solução para o seu problema», Jürgen von Hollen afirma ainda acreditar que «a maioria das pequenas e médias empresas ainda não compreendeu o que a tecnologia colaborativa pode fazer por elas. Eu não acredito que as pessoas façam essa conexão e isso é algo a trabalhar no futuro. Esta crise definitivamente fez as pessoas mais cientes do quão importante é ter a tecnologia certa para se apresentarem enquanto flexiveís para o mercado e devemos impulsionar essa conscientização». 

Sobre o medo da automação retirar empregos às pessoas, o presidente da Universal Robots deu o exemplo de vários países que se encontram na linha da frente da automação, como a Coreia do Sul, onde a taxa de desemprego é das mais baixas ao nível mundial. Destacou, também, não acreditar no conceito de automatizar a 100%, mas sim numa colaboração entre cobots e trabalhadores, onde os últimos beneficiem do fim da complexidade em trabalhar com os primeiros.

Universal Robots

A WeAreCobots apresenta um programa multifacetado composto por 50 palestras ao vivo sobre temas como tendências na automatização industrial e pontos de vista de especialistas internacionais; as vastas possibilidades oferecidas pelo ecossistema de acessórios e periféricos UR+; e formação para tirar o melhor partido dos cobots com os cursos online da Universal Robots Academy. 

Nos mais de 30 stands de exposição virtual, os participantes podem interagir com especialistas da UR e empresas parceiras, participar em demonstrações ao vivo de cobots e aplicações de automação inovadoras nas áreas do embalamento e paletização, lixagem e polimento, atendimento de máquinas e aparafusamento. Todas as apresentações estarão disponíveis em inglês, alemão, francês, espanhol e italiano.

Os interessados em participar na WeAreCobots já podem realizar o seu registo.