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Revista TecnoAlimentar

A interoperabilidade dos dados é a chave da transição digital no quadro global da segurança alimentar

Texto de: Filipa Melo de Vasconcelos

ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica CEG – Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta

Urge refletir nos desafios da recolha e análise de informação de forma sistematizada em várias fontes, a qual é preditiva para antecipar fenómenos e avaliar tendências. Os dados tratados com recurso a tecnologias de Inteligência Artificial têm uma importância central para transformar o mero mecanismo de data collection em data connection. Assume-se esta transição digital como um imperativo de transparência, eficiência e mais eficaz comunicação entre as partes interessadas na cadeia alimentar.

Importa ter presente o impacto do desperdício alimentar nas várias dimensões ambiental, económica e societal, e quão facilitadoras da mitigação destas perdas são a existência de ferramentas tecnológicas para este efeito. A European Food Safety Authority (EFSA) no âmbito da campanha #EUChoooseSafeFood 2.0 dá nota, entre outros tópicos, da importância do rótulo alimentar marcado com a indicação “Consumir de preferência antes de” ou “Consumir até” para informar os consumidores sobre durante quanto tempo os alimentos podem ser mantidos e como armazená-los1. Nessa medida, disponibiliza uma ferramenta digital: ‘Use by’ or ‘best before’? New tool to support food operators.

A legislação alimentar é baseada na ciência e nesse contexto consigna o pressuposto que um alimento só assume essa condição se for seguro. Nas palavras de Bernhard Url, diretor executivo da EFSA: «Se não é seguro, não é alimento».

A Comissão Europeia estima que até 10% dos 88 milhões de toneladas de desperdícios alimentares produzidos anualmente na União Europeia (UE) estão relacionados com a marcação da data nos produtos alimentares. Só em Portugal, estima-se que são desperdiçadas cerca de 1 000 000 toneladas de alimentos por ano. Segundo fontes do Ministério da Agricultura e Alimentação, o setor agroalimentar exportou mais 13% em 2021, representando cerca de 7 240M€, continuando a crescer em valor cerca de 20% em 2022 a que se adiciona ainda a área dos produtos do mar, com exportações a crescer para 1.000M€.

Continue a ler este artigo na Tecnoalimentar nr.33.