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Revista TecnoAlimentar

Supermercados proibidos de anunciar saldos e promoções

Proibição de campanhas de promoção e saldos estende-se ao todo o retalho, inclusive o alimentar. Venda de produtos em promoção em loja mantém-se.

Supermercados

Os supermercados deixaram de poder fazer campanhas de televisão, rádio ou até envio de SMS aos clientes a comunicar ofertas promocionais, saldos ou liquidações que atraem consumidores às lojas. A medida, em vigor desde quarta-feira, faz parte das novas regras do Estado de Emergência adotadas para travar as aglomerações de pessoas em loja e, com isso travar a propagação da infeção do novo coronavírus. Venda de produtos com promoção em loja mantém-se, diz Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

«Aplica-se a todo o retalho, inclusive o alimentar», comenta Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED. Com esta medida o sector é «convidado a restringir» a comunicação de campanhas de promoção, saldos ou liquidações, o que «será acatado até novas ordens».

Numa fase inicial a admitia-se que a proibição de realizar campanhas não se aplicava ao retalho alimentar, mas apenas às lojas de retalho especializado que se mantinham ainda abertas durante o confinamento. Mas o decreto-lei não deixou margens para dúvidas.

«É proibida a publicidade, a atividade publicitária ou a adoção de qualquer outra forma de comunicação comercial, designadamente em serviços da sociedade da informação, que possam ter como resultado o aumento do fluxo de pessoas a frequentar estabelecimentos que, nos termos do presente decreto, estejam abertos ao público, designadamente através da divulgação de saldos, promoções ou liquidações», indica o decreto-lei do Estado de Emergência.

Supermercados já mudam campanhas

Campanhas de preço e de artigos em promoção são muito frequentes nas cadeias de retalho alimentar, importantes investidores nos media, para atrair clientes às lojas. As campanhas serão proibidas, mas não a realização de venda de artigos em promoção. Esta representa cerca de metade das vendas dos supermercados em Portugal.

«Essa restrição entrou em vigor hoje por isso é cedo para perceber se vai ter ou não algum impacto a nível dos investimentos», refere Rui Freire, diretor-geral da Initiative. «Para já o que está a acontecer no caso dos anunciantes do sector de retalho é a alteração na mensagem das campanhas, por exemplo, no caso de televisão com a substituição dos spots que estavam previstos (com promoções em determinados artigos) por outros com mensagens institucionais ou de serviços que se enquadram nas regras em vigor, de modo a manterem a desejada visibilidade das suas marcas num período onde se assumem como ainda mais essenciais na vida dos portugueses», refere.

Contactada a SIC não quis comentar. Até ao momento não foi possível obter uma reação da TVI. A proibição de comunicação em torno das promoções e saldos foi uma das medidas determinadas pelo Governo para conter a propagação da pandemia.

Durante o confinamento, o retalho que se mantém de portas abertas - por vender bens essenciais - tem um horário de funcionamento limitado às 20h, fechando às 13h durante o fim-de-semana, com a exeção dos super e hipermercados que podem encerrar às 17h.

Os supermercados viram ainda impostas limitações à venda de produtos como livros, roupa, brinquedos ou objetos de decoração, durante o período do confinamento.

FONTE: Dinheiro Vivo