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Revista TecnoAlimentar

Há mais vida para as Uvas depois do Vinho

O processamento da uva na produção de vinho gera 25% de resíduos sólidos. Em concreto, segundo dados da Organização Internacional de Vinho (OIV), 100 kilos de uva geram 25 kg de dejetos, entre os quais 50% são as peles da uva, 25% de caules e 25% de sementes. A revalorização dos subprodutos derivados do vinho surge da necessidade da indústria vitivinícola encontrar uma alternativa viável que providencie, aos resíduos provenientes da uva, uma segunda oportunidade.

E para além das suas qualidades para a elaboração do vinho, as investigações demonstram que a uva e os seus derivados contam com umas propriedades nutritivas, preventivas e curativas, que se convertem em aplicações a uma grande variedade de produtos e setores.

Novas linhas de negócios com um grande potencial ainda por explorar

A elaboração de vinagres, bagaços e mosto provenientes dos sarmentos e os restos de poda das videiras, a fabricação de papel ou a obtenção de energia como o carvão ativo, foram as soluções tradicionais encontradas para o aproveitamento destes desperdícios.

Mas as linhas de investigação mais inovadoras dirigem-se para o desenvolvimento de novos produtos para a alimentação, medicina e cosmética que, para além de proporcionar uma solução aos excedentes de subprodutos vitivinícolas, abrem linhas de negócios que podem ser vantajosas para as adegas.

Do copo ao prato

Na alimentação, os subprodutos provenientes da elaboração do vinho utilizam-se pelo seu alto valor nutritivo e a sua riqueza em antioxidantes e fibra dietética no desenvolvimento de alimentos funcionais, como: a incorporação de polifenóis como conservantes naturais ou como ingrediente funcional orientado ao desenvolvimento de alimentos enriquecidos para a terceira idade.

Em particular, a aplicação de extratos de uva em alimentos funcionais é muito ampla devido aos benefícios relacionados com a saúde intestinal, a redução dos níveis de colesterol, a proteção contra problemas cardiovasculares e o reforço do sistema imunológico.

Também no setor farmacêutico

No vinho existem mais de 200 substâncias bioativas diferentes com efeitos metabólicos tão benéficos como uma elevada capacidade antioxidante e anti-inflamatória, e a redução do risco de sofrer de doenças cardiovasculares.
Por este motivo, o uso de polifenóis provenientes de produtos vitivinícolas é cada vez mais frequente na medicina tradicional, por exemplo, na fabricação de cápsulas para prevenir ou melhorar problemas de circulação sanguínea, como antinflamatório, ou inclusivamente pelos seus benefícios na redução dos níveis de colesterol.

Do vinho à cosmética

O alto teor em antioxidantes (vitaminas C e E) e polifenóis da uva tem cada vez mais adeptos entre os que procuram prevenir o envelhecimento cutâneo. Assim, existem produtos e terapias de beleza baseadas no vinho como a enoterapia: uma técnica de massagens e banhos com óleos, tónicos, sabonetes e cremes elaborados com os excedentes da produção de vinho, como os extratos de uva, sementes ou folhas.

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