Importações de queijo cresceram quase 9% face a 2015
Ao contrário do leite, cuja procura tem vindo a cair nos últimos anos, o consumo de queijo tem aumentado progressivamente, tal como as importações, que cresceram este ano quase 9% face ao período homólogo em termos de volume.
Os dados foram revelados pelo diretor-geral da Associação Nacional das Indústrias de Laticínios (ANIL), Paulo Costa Leite, que explicou que «grande parte desse queijo corresponde a produtos genéricos, sem atribuições especiais, que entram em Portugal por via do preço».
Questionado sobre se a quebra do consumo de leite se estende aos restantes produtos lácteos, à margem da cerimónia de entrega de prémios do Concurso Queijos de Portugal 2016, o responsável da ANIL adiantou que «no caso dos queijos, tem aumentado o consumo em quantidade» enquanto «o iogurte tem oscilações sazonais», salientando o «paradoxo» que revelam estas tendências.
«É um produto que apesar de haver retração no consumo de leite continua a vender-se. As mesmas pessoas que não bebem leite consomem queijo», notou.
Portugal produz anualmente cerca de 80 mil toneladas de queijo, 60 mil das quais de vaca, mas exporta apenas 10% da produção.
As exportações em volume têm aumentado, 8.500 toneladas em 2015, 6.600 toneladas em 2016, 9% acima do período homólogo, mas o valor diminuiu passando de 40 milhões de euros em 2015 para 27 milhões em 2016.
«Penso que vamos ficar 5% abaixo do ano passado», prevê Paulo Costa Leite, justificando que «o “mix” de produtos pode ser completamente diferente, nomeadamente se estiverem em causa queijos com preço por quilo mais baixo.
Já em termos de importações, Portugal comprou em 2015 cerca de 50 mil toneladas de queijo estrangeiro, correspondente a 160 milhões de euros em valor, mas já vai em 48 mil toneladas este ano, pelo que o diretor-geral da ANIL espera um «incremento de quase nove por cento» em volume e cerca de 1,5% em valor, 121 milhões de euros face ao mesmo período de 2015.
«Estamos a importar cada vez mais queijo, e não é de especialidades, são queijos típicos oriundos de outros países como França ou Itália», sublinhou Paulo Costa Leite.
Paulo Costa Leite salienta que o queijo “commodity”, de baixo custo, que «às vezes, nem queijo é», se vulgarizou nos cafés e restaurantes, mas também no segmento dos fatiados, penalizando a indústria nacional que tem sabido adaptar-se às novas exigências dos consumidores diversificando a oferta.
Vendem-se queijos mais pequenos direcionados para famílias também menores, com menos gordura, temperados com ervas e sem lactose, indicou, a título de exemplo.
Fonte: Lusa