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Revista TecnoAlimentar

DECO deteta irregularidades na venda de Carne Picada

carne-picadaA DECO, associação de defesa dos consumidores, fala num cenário negro na venda de carne picada em Portugal e pede ao governo a proibição urgente deste comércio. Pela segunda vez, foram feitas análises nos talhos de rua, dos supermercados ou dos mercados. E voltaram a encontrar-se graves problemas de higiene e segurança alimentar, com resultados classificados como «desastrosos».

Nuno Lima Dias, técnico alimentar da DECO Proteste, explicou à rádio TSF que foram visitados 26 talhos e 12 eram mesmo repetentes numa análise que já tinha sido feita em 2013. Na prática, nada mudou e todas as lojas tinham problemas graves.

O especialista fala em resultados «péssimos». Entre outras razões, nem um estabelecimento vendia a carne picada à temperatura desejada: em média esta está a ser vendida a 9 graus quando por lei o máximo deviam ser 2 graus. Além disso, há uma «conservação e higiene deploráveis, com elevado número de bactérias, algumas reveladoras de contaminação fecal ou da presença de micro-organismos que podem provocar infeções alimentares».

Uma das situações mais graves é a utilização de sulfitos para manter a carne vermelha com aspeto fresco, um produto proibido mas encontrado em 23 dos 26 talhos. O técnico explica que estamos perante aditivos que podem causar alergias com sintomas como dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos ou digestivos, mas também crises de asma e até choques anafiláticos. Alguns valores encontrados de sulfitos eram tão «inacreditavelmente elevados» que levam a DECO a pensar que os responsáveis dos talhos «não sabiam muito bem o que estavam a fazer». Os sulfitos não são destruídos durante a confeção dos alimentos.

Nuno Lima Dias explica que os consumidores podem nem notar, mas vários problemas de saúde são com frequência motivados pela carne picada que comem. O técnico alimentar recorda que muitas vezes surgem «crises de asma, diarreias ou outros problemas gastrointestinais e as pessoas não sabem de onde vêm».

A DECO diz que a fiscalização da ASAE está a falhar e já escreveu ao Ministério da Agricultura para que seja proibida rapidamente a venda de carne picada. Até que isso aconteça, a associação aconselha os consumidores a não comprarem carne já picada. O ideal é que piquem em casa ou peçam no talho que o faça no momento da compra.

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