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Revista TecnoAlimentar

CEO da Unilever acredita que a pandemia irá provocar alterações no consumidor no pós Covid-19

«A doença Covid-19 está a ter um impacto sem precedentes nas pessoas e economias por todo o globo», destacou Alan Jope, CEO da Unilever, em entrevista. 

Unilever

Apesar da empresa registar um ligeiro aumento nas vendas do primeiro trimestre, se por um lado o coronavírus fez com que as vendas de produtos de higiene disparassem, as vendas das marcas de gelados caíram a pique. A empresa, que produtz o gelado Magnum e os chás Lipton, entre muitos outros, noticiou que as vendas subiram 0,2%, para 12,4 biliões de euros em relação ao mesmo período do ano anterior.

A procura por produtos de limpeza doméstica, como o conhecido produto Cif, também foi forte, assim como o que a empresa chama de "produtos alimentícios em casa", como a maionese. 

«Os padrões da procura vão alterar-se completamente», defendeu Alan Jope. A crise global causou «aumentos nas vendas de produtos de higiene e alimentos para uso doméstico, combinados com alguns stocks domésticos e a quase cessação do consumo fora de casa, o que está a afetar particularmente os nossos negócios de serviços de alimentação e gelados«, afirmou.

Com as restrições de viagens e os bloqueios a pressionar fortemente as atividades de lazer e turismo, a Unilever viu as vendas despencarem nos produtos referidos pelo CEO. Na Europa, Turquia e América Latina, as vendas «foram fortemente impactadas por medidas de bloqueio e pela relutância dos distribuidores em se comprometerem a comprar gelados com uma temporada de férias e turismo incerta». 

«Estamos a enfrentar muitos desafios imprevisíveis nos ambientes operacionais locais», realçou o CEO, destcando, ainda, que a Unilever manteve o seu pagamento trimestral de dividendos em 0,41 euros por ação, mas retirou as suas perspectivas para o resto do ano, pois as suas ações caíram acentuadamente em Amsterdão.

«A gravidade e a duração desconhecidas da pandemia, bem como as medidas de contenção que podem ser adotadas em cada país, significam que não podemos avaliar com segurança o impacto nos nossos mercados e negócios», conclui o CEO, que acredita que o consumidor irá mudar completamente após a pandemia, focando-se na procura de valor.