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Revista TecnoAlimentar

Auchan Portugal quer exportar mais produtos portugueses

O diretor-geral da Auchan Portugal admite que a nova lei do comércio, as PIRC, obrigou a uma adaptação administrativa, mas não acabou com as promoções que são sempre negociadas com os fornecedores. Américo Ribeiro realça que a relação com os produtores já resultou na exportação de bens alimentares, sobretudo para o Luxemburgo. Mas a meta é reforçar as ligações comerciais com Paris.

Diário Económico: O grupo pagou a Taxa de Segurança Alimentar?

Américo Ribeiro: A decisão da Auchan, há mais de um ano, foi de pagar. Mas continua o entendimento que a lei não está correcta e, por isso, mantém-se o processo de reclamação perante a justiça. Mas ainda não houve decisão apesar de já haver muitos casos que foram julgados. Aguardamos. Pagámos porque se a lei existe, estamos em Portugal, não faria sentido deixar de pagar. No entanto, o grupo não deixou de reclamar porque considera que a lei não é equilibrada.

DE: Outra medida que gerou polémica é a lei do comércio que o sector temia que acabasse com as promoções. Cumpriram a lei?

AR: Este tema deve ser tratado na APED. A lei obrigou a uma adaptação administrativa forte porque tinha determinadas características que criava uma potencial confusão. Mas temos vindo a respeitar a lei com rigor, sendo que as promoções são sempre negociadas. O critério de construção das promoções é que mudou, mas a Auchan nunca considerou acabar com este mecanismo. Para se vender barato como queremos não se perde dinheiro em produtos. É normal criar uma lei para impedir a venda abaixo do preço de custo. Não queremos vender abaixo do preço de custos. Queremos ter bons preços de compra para poder ter preços baixos.

DE: O início do ano ficou marcado pela revolução nos sacos de plástico. Como responderam?

AR: Foi uma evolução porque já tínhamos. Desde há muitos anos os clientes sabiam que nas lojas já havia caixas só com sacos pagos. No nosso caso trouxe uma nova forma de estar. Criámos muitas alternativas para permitir que, no limite, o cliente consiga fazer zero sacos. A lei é para respeitar, sendo que o que nos preocupou foi como ajudar os clientes neste processo. Ainda se manteve o saco plástico leve, mas a partir de certa altura deixamos de ter porque não tinha procura.

DE: A Auchan tem contratos comerciais já com 30 anos. Tem ajudado também à exportação?

AR: A resposta é sim, mas com a consciência que podemos e vamos fazer mais. Mas temos uma história longa em alguns países de exportação de produtos portugueses. O Luxemburgo é uma história já de muitos anos, onde hoje existe muito mais produtos portugueses não só na Auchan muito porque habituamos o mercado luxemburguês através da comunidade portuguesa presente. Os camiões saem com rotina para o Luxemburgo. O próximo grande desafio é a região de Paris para também começarmos a colocar produtos com mais quantidade. Fazemos ainda operações com a Polónia. Estamos a criar as condições para poder fazer mais.

FONTE: Diário Económico (via Anil).