A evolução da Cerveja Vadia
No estudo inMarket2020, desenvolvido pela Multidados – Research Agency, realizado entre os dias 15 de maio e 15 de junho últimos, a marca de Cerveja Vadia surge em primeiro lugar nas preferências dos consumidores portugueses. No segmento das sidras artesanais, também a sidra Vadia mereceu a preferência dos portugueses.
Num mercado atual cada vez mais concorrencial, com mais de uma centena de marcas de cerveja artesanal, inserida numa categoria em constante crescimento e evolução nos últimos anos, é motivo de grande orgulho para a marca Vadia, liderar em 2020 as preferências dos portugueses.
Para a cervejeira, sediada em Ossela – Oliveira de Azeméis no distrito de Aveiro, nas palavras de Victor Silva, um dos três fundadores da marca «não podia haver notícia mais gratificante para comemorar os 10 anos de existência da nossa marca, recompensando este reconhecimento, mais de uma década de dedicação e de luta diária para a divulgação e a valorização da cerveja artesanal em Portugal. Obrigada aos Portugueses».
Não sendo a marca com maior capacidade de produção nem com mais projecção nos media, os fundadores da Cerveja Vadia acreditam que o resultado desse estudo se explica por um lado, pela existência da marca há mais de uma década no mercado nacional, oferecendo um vasto portefólio de cervejas de estilos clássicos e outros mais complexos e inovadores, por outro lado, pela identificação dos consumidores com os valores da marca, autenticidade, valorização da diversidade de estilos, partilha de conhecimento e proximidade com os seus consumidores.
«A combinação entre produto, artesão e uma história para contar, oferece ao consumidor uma experiência a 360º, envolvendo os sentidos, a mente e a alma», revela Nicolas Billard, mestre cervejeiro da marca. Fazendo parte dos pioneiros do movimento da cerveja artesanal em Portugal desde 2007, a marca Cerveja Vadia nasceu oficialmente em outubro de 2010, da iniciativa de três amigos empreendedores, apaixonados por cerveja e adeptos da vadiagem e convívio entre amigos, gosto que por sua vez está na origem do nome da marca e que continua como um valor de relevo da empresa.
Convictos no leme “pensar global, agir local”, os fundadores admitem que o caminho teria sido provavelmente mais fácil no centro de Lisboa ou do Porto, mas, segundo Victor Silva, «acreditamos que optar por implantar as nossas instalações numa pequena freguesia de 2200 habitantes, nos traz sinergias, parcerias e relações locais que se calhar não existiriam da mesma forma num grande centro urbano. Sentimos o orgulho imenso que os nossos vizinhos têm por estarmos cá e da mesma forma, também nós nos sentimos orgulhosos».
O Vadia Brewpub, inserido nas instalações da cervejeira, reúne numa área de 1000 m2 um espaço de restauração e de eventos, com bar e palco para espectáculos de música ao vivo, onde não raras vezes também o próprio mestre cervejeiro da marca, Nicolas Billard dá umas guitarradas na “banda da casa”, a Vadia Band, fazendo deste espaço, um verdadeiro lugar de vida para a comunidade, onde a cerveja se mistura com simplicidade ao divertimento, à cultura e ao convívio. De acordo com os fundadores da marca, “este é o nosso conceito de vadiagem.”
Os cervejeiros realçam que é notável como o movimento da cerveja artesanal tem uma expressão particular no distrito de Aveiro. Primeiro, pela quantidade de marcas relevantes na cerveja artesanal nacional, como a Maldita, a Deusa, 5 Chagas, Luzia, Tribo do Malte entre outras, segundo, pelo desenvolvimento de empresas de metalomecânica especializadas em equipamentos para micro-cervejeiras e ultimamente, pelo desenvolvimento de projetos de produção artesanal de lúpulo, com principal destaque nos projectos dos lúpulos cesarense (Cesar, Oliveira de Azeméis) e feirense (Santa Maria da Feira).
Não é por acaso que a região tem sido apelidada de o epicentro do movimento craft nacional. A Cerveja Vadia foi a 1ª marca a ser premiada a nível internacional em 2012 e é hoje das marcas portuguesas mais premiadas internacionalmente, com cerca de 30 medalhas e prémios obtidos nos principais concursos europeus de cerveja nos últimos oito anos.
O seu portefólio reúne cerca de uma dúzia de referências fixas e outra dúzia de referências sazonais e de edições limitadas, explorando toda a diversidade da cerveja para oferecer ao consumidor um leque cada vez mais amplo de opções gastronómicas. Conscientes que os estilos mais clássicos de cerveja são e serão ainda por muito tempo, os preferidos dos portugueses, os cervejeiros apostam também na inovação e na irreverência.
Principal marca artesanal produtora de cerveja com certificação biológica e de sidras de fruta 100% portuguesa (maçã e pêra), a marca Vadia desenvolveu há três anos, um programa de produção de cerveja em barrica de carvalho. As cervejas Vadia de estilo Sour, envelhecidas em barricas, são hoje referências nacionais e já conquistaram o reconhecimento internacional, trazendo para Portugal quatro medalhas de Ouro nos últimos dois anos.
Faz parte do grupo de micro-cervejeiros portugueses que pretendem elevar o estilo “Portuguese Grape”, cerveja elaborada com adição de mosto de uva de casta 100% portuguesa, a nível internacional e promove a sua divulgação com a organização desde 2018, do Festival C’Azedu, Portuguese Sour&Grape Beer Festival, que acontece todos os anos em setembro nas instalações do Vadia Brewpub e que reúne as principais marcas nacionais produtoras destes estilos.
Numa altura de grandes incertezas devido à pandemia por Covid19, a marca prevê uma redução das vendas em 2020, em mais de 50% em relação a 2019. Para uma empresa em constante crescimento e investimento desde a sua criação, esta situação inédita coloca novos desafios que os cervejeiros preferem enquadrar como uma nova “prova de fogo”, onde da luta pela sustentabilidade da empresa podem surgir potenciais oportunidades para desenvolver novos mercados, como por exemplo, o mercado B2C online.
Neste sentido, o serviço online “Vadia em Casa”, que já existia, foi totalmente reorganizado numa nova plataforma disponível desde 7 de Agosto, na qual o consumidor poderá aceder não só a todos os produtos da marca com entrega ao domicílio, como também a todos os eventos e experiências, previstos na programação do Vadia Brewpub. De acordo com Nicolas Billard, «esta prova de fogo é um desafio para toda a categoria da cerveja artesanal em Portugal que vive principalmente dos eventos e do mercado Horeca (bares e restaurantes), para se reinventar, procurando cada vez mais a proximidade com o consumidor final».
Apesar de representar menos de 0,5% do mercado, a categoria da cerveja artesanal tem vindo a participar ativamente na revalorização de todo o setor em Portugal, colocando a cerveja de novo na moda, nos bares e nos restaurantes e diversificando a oferta ao consumidor.
Os cervejeiros da marca Vadia sublinham, com satisfação, que muito caminho já foi percorrido para o movimento, mas que o mais difícil está ainda pela frente.