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Revista TecnoAlimentar

A (baixa) maturidade em i4.0 dos setores a montante da Indústria Alimentar

Uma das principais conclusões a que se tem chegado, ao longo dos diversos estudos realizados no âmbito do projeto ‘Qualify.teca’, mormente no dedicado em exclusivo à i4.0, é de que as empresas de maior dimensão são as que apresentam maior nível de maturidade nesta área. De um modo geral, o nível é ainda muito baixo, quase nulo, e há pouca propensão para se atingirem índices mais elevados.

Os últimos tempos têm sido de grande atividade para as entidades promotoras do projeto ‘Qualify.teca’. O workshop ‘Os Desafios da Indústria 4.0 para as empresas’ decorreu, recentemente, em formato híbrido, sob a ‘batuta’ da Associação Empresarial de Águeda (AEA), entidade copromotora do projeto, que tem na Associação Empresarial do Concelho de Oliveira de Azeméis (AECOA) a sua liderança.

Para além de outras apresentações, este evento centrou-se no estudo “Maturidade Digital i4.0 das empresas da fileira ‘Equipamentos, Serviços e Ingredientes para a Indústria Alimentar’ - A Indústria 4.0 ao serviço das empresas”, da responsabilidade de Luís Fonseca.

De acordo com os dados recolhidos neste estudo, contrariamente às microempresas, as médias empresas são as que utilizam um maior número de tecnologias i4.0. Por outro lado, as áreas da empresa em que existe maior propensão para uma gestão sistemática da tecnologia e inovação são as “tecnologias de produção”, “desenvolvimento de produto” e “gestão integrada”. O setor dos serviços é o que apresenta “menor propensão para uma gestão sistemática da tecnologia e inovação”.

Tendo em conta que as microempresas ainda estão muito aquém em termos de tecnologias de vanguarda, é natural que sejam também estas as unidades que revelam maior esforço na sua conquista, ou seja, na gestão sistemática da tecnologia e inovação.

Empresas satisfeitas com os RH, mas querem mais

Ainda no que diz respeito ao levantamento realizado junto das empresas da fileira ‘Equipamentos, Serviços e Ingredientes da Indústria Alimentar’ e análise de dados, pelo consultor Luís Fonseca, não deixa de ser curioso que “os Sistemas e Tecnologias de Informação mais usados pelas empresas inquiridas são o ‘ERP – Enterprise Resource Planning’, ‘PPS – Production Planning System’ e o ‘MES – Manufacturing Execution System’”. A ferramenta CAD – Computer-Aided Design é a mais dissociada com o Sistema Central de Armazenamento e Tratamento de Dados. Quanto maiores as empresas, maior é a sua propensão para a utilização de Sistemas de Informação e Tecnologias de Informação.

Entre outras informações adiantadas por este ensaio, é relevante que, a nível das competências dos Recursos Humanos (RH), com exceção da ‘automação’, as empresas consideram que os seus RH são os “adequados” para as necessidades. No entanto, também importa salientar que cerca de 80% das empresas desenvolvem esforços na aquisição das competências em falta.

Indústria 4.0 em foco por outros especialistas

O workshop ‘Os Desafios da Indústria 4.0 para as empresas’ englobou mais dois painéis.

O primeiro contou com três especialistas do ISEC, Nuno Ferreira, Luís Borrego e Jorge Barbosa, que se debruçaram, respetivamente, sobre “Robótica, Simulação e Inteligência Artificial”, “Manufatura Aditiva na Indústria” e “Analytics, Cloud Computing & Cibersegurança”. O segundo trouxe à discussão outros quatro temas e outros tantos especialistas: “A Realidade Estendida na Evolução Tecnológica das Empresas”, por Bruno Vide da Critec; “Big Data e Inteligência Artificial”, por Jorge Mota do CESAE Digital; “Desafios de Inovação em Ambiente Laboratorial”, por Márcio Carocho; e “A Inovação das PME”, por Carlos Alves da HFA.

A apresentação de diversos projetos promovidos no âmbito da i4.0 e que se assumem verdadeiros casos de sucesso encerrou a sessão da melhor forma.

Tendo como entidades promotoras a AECOA e a AEA, o projeto ‘Qualify.teca’ é financiado pelo Portugal 2020, no âmbito do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, no montante de 678.179,55 euros, dos quais 576.452,55 euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).