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Revista TecnoAlimentar

Alheira tradicional vs vegetal: interesse do consumidor, processo tecnológico e valor nutricional

Atendendo às característicasda alimentação tradicional portuguesa, são inúmeros os pratos em que os protagonistas são os enchidos, fazendo com que estas receitas não estejam aptas a um vegetariano. 

Por: Diana Filipe, Jéssica Quintas, Marisa Geraldes, João Lima e Ana Lúcia Baltazar.

A procura de alimentos ‘plant-based’ tem aumentado cada vez mais, pelo que a indústria alimentar, através do avanço tecnológico que se tem feito sentir, não tem parado de crescer, apresentando cada vez mais propostas mais ecológicas, criativas, de forma a chamar a atenção não só dos praticantes do padrão alimentar vegetariano, mas também de consumidores “tradicionais” que pretendam enriquecer ou substituir alguns alimentos da sua dieta base, de forma saborosa, sustentável e saudável.

Este trabalho permitiu perceber a importância para o consumidor vegetariano e não vegetariano de existirem alternativas de produtos tradicionais portugueses, de forma a que a tradição não se perca, nomeadamente uma alheira vegetariana.

Palavras-chave: enchidos, tecnologia alimentar, sustentabilidade, dieta vegetariana.

Introdução

O setor dos enchidos tradicionais em Portugal é um setor particularmente rico e diversificado (Roseiro, Gomes, Patarata, & Santos, 2012). Os produtos tradicionais

caracterizam bem a sua região de origem, uma vez que estes são a conjugação de vários fatores que refletem a combinação dos diversos recursos que caracterizam o país, desde o clima, ao solo, equipamentos, entre outros.

Os alimentos tradicionais atravessam a história cultural de um país, permanecendo imutáveis. De geração em geração, os ensinamentos são compartilhados e a herança permanece viva para aqueles que ainda não chegaram (Alves, 2017).

Podemos dizer que a alimentação tradicional portuguesa se aproxima do padrão Alimentar Mediterrânico, não só pelas características climáticas do país, mas também pela diversidade e qualidade alimentar presente (Pereira da Silva & Pinto, 2016).

O Padrão Alimentar Mediterrânico defende uma alimentação variada, equilibrada, maioritariamente de base vegetal. Ao contrário da dieta vegetariana, este mantém o consumo de carne, ainda que moderado, de peixe e de produtos de origem animal, como o leite e os ovos. Outra característica deste Padrão, é o fomento do convívio durante as refeições, potenciando a transmissão das tradições de geração em geração (Magriplis, Andreou & Zampelas, 2019; Pereira-da-silva & Pinto, 2016; Simopoulos, 2001).

Com a adoção de novos padrões alimentares, como o vegetarianismo, é importante que esta característica se mantenha e que todos aqueles que se regem por uma alimentação livre de alimentos de origem animal, também se possam sentir integrados na tradição.

Desta forma, a indústria e a tecnologia alimentar representam um papel importantíssimo, no que toca à inovação e introdução de novas opções aptas para qualquer pessoa, aproximando assim as pessoas, sem preconceito.

No setor da indústria alimentar, o nutricionistatem a capacidade de desempenhar inúmeras funções, das quais se podem realçar a sensibilidade interna face à temática nutricional atual; a evolução dos conhecimentos científicos, o apoio na definição das características nutricionais de novos alimentos, o esclarecimento ao consumidor sobre certos alimentos e na promoção de estilos de vida mais saudáveis e contribui também para o desenvolvimento de conteúdos baseados em informações fidedignas e na evidência científica (Perdigão & Palas, 2006).

De forma geral, o nutricionista tem um papel preponderante no que toca à elaboração de novos produtos alimentares, uma vez que apenas ele será o mais indicado, no que toca ao conhecimento prático e científico, para garantir que o alimento é seguro e nutricionalmente adequado, e de preferência com características melhores do que outros produtos já existentes.

Face à oferta de mercado no que toca a versões de alheiras vegetarianas, com este trabalho pretendeu-se realizar uma análise comparativa do valor nutricional das mesmas com as versões tradicionais, bem como do processo de fabrico de ambas; bem como analisar a perceção do consumidor relativamente à oferta destas alternativas.


Nota: Este artigo foi publicado na edição nº 19 da Revista Tecnoalimentar.

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