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Revista TecnoAlimentar

Investigadores multiplicam por dez a capacidade Antioxidante dos Sumos de Laranja

sumodelaranjaOs sumos de laranja e outros cítricos consideram-se produtos saudáveis pelo seu alto conteúdo em compostos antioxidante, que ajudam a reduzir os radicais livres no nosso organismo, mas uma investigação assinala que os seus benefícios são maiores do que se pensava.

Para estudar estes compostos em laboratório, empregam-se técnicas que simulam a digestão dos alimentos no aparelho digestivo, de tal forma que se analisa apenas a capacidade antioxidante daquelas substâncias que potencialmente são absorvidas no intestino delgado: a fração líquida do que comemos.

“O problema é que não se mede a atividade antioxidante da fração sólida – a fibra, porque se supõe que não se aproveita; mas esta parte insolúvel chega ao intestino grosso e a microbiota intestinal também pode fermentá-la e extrair ainda mais substâncias antioxidantes, que podemos valorizar como um novo método”, explicam os investigadores.

A equipa desenvolveu uma técnica denominada “resposta antioxidante global” (GAR, pelas suas siglas em inglês), que também simula in vitro a digestão gastrointestinal que ocorre no nosso organismo, mas tendo em conta a capacidade antioxidante “esquecida” da fração sólida.

O método, cujos detalhes foram publicados na revista Food Chemistry, engloba valorações de diversos parâmetros fisíco-químicos, como a cor, a fluorescência ou a relação das concentrações analisadas com a de compostos indicadores como o furfural.

Ao aplicara técnica a sumos comerciais e naturais de laranjas, limões, tangerinas e toranjas, ficou comprovado que os seus valores dispararam. Por exemplo, no caso da laranja, passa-se dos 2,3 milimol Trolox/litro (unidades da capacidade antioxidante trolox) registados com uma técnica tradicional para os 32 mmol Trolox/litro que indica o novo método
“A atividade antioxidante é, em média, dez vezes maior do que até agora, e não apenas nos sumos, mas também em qualquer outro alimento que use esta metodologia”, destacam os investigadores, que apontam a sua possível aplicação: “Esta técnica e os resultados derivados poderão servir a dietistas e autoridades sanitárias para estabelecer melhor os valores da capacidade antioxidante dos alimentos”.

Com a ajuda deste método, os cientistas também criaram um modelo matemático para classificar os sumos dependendo das suas condições naturais de armazenamento, o que permite assegurar que as matérias primas e os processos de esterilização e pasteurização são os corretos.

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