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Revista TecnoAlimentar

Gorduras polinsaturadas: um passado com futuro

Por: Ana P. Carvalho e Cristina Delerue-Matos | REQUIMTE/LAQV-GRAQ, Instituto Superior de Engenharia do Porto

gorduras

Hoje em dia é cada vez mais reconhecida a contribuição dos estilos de vida pouco saudáveis para o aumento significativo de doenças crónicas tais como a obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares (DCV) e ataques vasculares cerebrais.

Por outro lado, estimativas indicam que cerca de um terço das DCV está relacionado com uma alimentação errónea, ou com estilos de vida menos saudáveis.

Os ácidos gordos polinsaturados (AGPI) do tipo ω3 são extremamente relevantes no organismo humano, dado que uma concentração adequada na dieta alimentar contribui de forma substancial para um melhor estado de saúde - o que inclui redução dos níveis de colesterol e da tensão arterial (e consequente redução de incidência de doenças cardiovasculares), prevenção de alguns cancros e apoio a diversas funções enzimáticas com papel fulcral em termos neurológicos (Albert et al., 2002).

A existência de uma relação entre as doenças cardiovasculares e o consumo de ω3 foi evidenciada pela primeira vez no final dos anos 70, com o estudo de populações de esquimós na Gronelândia, as quais consomem tradicionalmente largas quantidades de peixe rico em gorduras.

Esta população revelou uma incidência de doenças cardiovasculares muito baixa, quando comparada com a dos seus congéneres que emigraram para o continente dinamarquês e seguiam uma dieta ocidental típica (Kinsella, 1986).

Descobriu-se posteriormente que a baixa prevalência de doenças cardiovasculares estava diretamente relacionada com o elevado consumo de ω3 de origem marinha.

Desde então, têm vindo a ser conduzidos inúmeros estudos epidemiológicos e ensaios clínicos sobre o assunto.

Ácidos gordos polinsaturados

Os ácidos gordos polinsaturados (AGPI) do tipo ω3 são ácidos monocarboxílicos alifáticos, que podem ser libertados porhidrólise das gorduras das quais são elementos constituintes.

São ainda ácidos gordos de cadeia longa, polinsaturados, nos quais a primeira ligação dupla mais próxima do terminal metílico da molécula aparece no terceiro átomo de carbono, conferindo-lhes a designação do tipo ómega 3 (ou ω3).

Para além da família dos ω3 existem outras famílias de ácidos gordos, nomeadamente os ω6 e ω9.

(Continua)

Aceda ao artigo na íntegra na edição n.º 6 da edição impressa da Revista TecnoAlimentar.

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