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Revista TecnoAlimentar

Valorização de pequenas empresas agrícolas da região Mediterrânica através do cultivo de plantas silvestres não convencionais

No passado mês de janeiro deu-se início a mais um projeto PRIMA (Parceria para a Investigação e Inovação na Região Mediterrânica) no Instituto Politécnico de Bragança, com vista ao desenvolvimento de diversas competências científicas, que vão desde a produção agrícola até a bioquímica, fitoquímica e ciência alimentar.  

valuefarm

O projeto ValueFarm tem a duração de três anos e tem como objetivo valorizar pequenas empresas agrícolas da região mediterrânica através da inclusão de Plantas Comestíveis Silvestres (Wild Edible Plants - WEPs) do Mediterrâneo, nomeadamente, Portulaca oleracea L., Scolymus hispanicus L., Sonchus oleaceous L., Cichorium spinosum L. e Crithmum maritimum L., como culturas complementares. Tudo isto, dentro de um sector agrícola cada vez mais competitivo e propenso às mudanças climáticas, e usando técnicas de cultivo sustentáveis.

A inovação do ValueFarm está associada a uma abordagem de investigação que equilibra a eficiência dos recursos, a biodiversidade, as alterações climáticas, a segurança alimentar, a saúde do consumidor, e, por último, as perspectivas e objetivos sociais para o desenvolvimento sustentável do sector agrícola  da zona do mediterrâneo.

A coordenação deste projeto PRIMA está a cargo da Universidade da Tessália na Grécia, tendo oito parceiros estratégicos de diferentes países: Instituto Politécnico de Bragança (Portugal); Cyprus University of Technology (Chipre); Dokuz Eylul University (Turquia); Ege University (Turquia); Consejo Superior de Investigaciones Científicas (Espanha); Bergische Wuppertal University (Alemanha); DP Amarakos Organics (Chipre); Greek Fresh Vegetables IKE (Grécia); Benha University (Egipto) e University of Mostaganem (Argélia).

Com a duração de 36 meses para o desenvolvimento das atividades que foram propostas na candidatura, o projeto Valuefarm deseja alcançar:

·         A exploração de plantas comestíveis silvestres (WEP’s) do Mediterrâneo em sistemas agrícolas inovadores;

·         A seleção de guias de boas práticas de cultivo das WEP’s no âmbito da agricultura de pequena escala sob diversas condições ambientais, com o intuito de melhorar a administração agrícola em regiões com climas onde as culturas convencionais são difíceis ou não lucrativas;

·         A melhoria da qualidade do solo em produções de pequena escala por técnicas agrícolas sustentáveis;

·         A adaptação do sector agrícola de pequena escala às mudanças climáticas atuais com a adoção de culturas alternativas e complementares para condições árduas;

·         A caracterização da composição nutricional e química das WEP’s para posteriormente facilitar a sua exploração e aplicação na indústria alimentar, mas também para a indústria farmacêutica e cosmética;

·         A avaliação no domínio ambiental, em relação aos requisitos climáticos e de solo das WEP’s para o cultivo em pequena escala, a fim de destacar o seu potencial uso como espécies benéficas e sustentáveis, com a diminuição de uso agroquímicos;

·         A demonstração e difusão da inovação e conhecimentos criados com as atividades desenvolvidas entre os parceiros dos diferentes países.

Portanto, espera-se fornecer inovação e informação valorizando o cultivo das WEP’s em vários sistemas de agricultura sustentável, com base numa rede interdisciplinar cooperativa de parceiros de ambos os lados do Mediterrâneo. A rede de parceiros construída é representativa das condições de cultivo e dos sistemas agrícolas do mediterrâneo, especialmente com a inclusão de regiões onde a agricultura em pequena escala é fundamental. Para apoiar e idealizar estes resultados, é essencial aumentar o conhecimento e a consciência pública sobre o valor nutricional e o conteúdo de compostos bioativos das WEP’s bem como sobre os fatores de estresse de impacto ambiental (resistência/tolerância à seca e salinidade).

Todos os resultados públicos estarão acessíveis no site VALUEFARM (em construção).

 Autores: Beatriz H. Paschoalinotto, Maria Inês Dias, Ângela Fernandes, Spyridon Petropoulos, Lillian Barros

 

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT, Portugal) e FEDER sob o Progama PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO (UID/AGR/00690/2019) e ao apoio financeiro no âmbito do Projeto PRIMA Section 2 - Multi-topic 2019: VALUEFARM (PRIMA/0009/2019); e ao financiamento nacional pela FCT, P.I., através do programa-contrato de emprego científico institucional de L. Barros, M.I. Dias e A. Fernandes.