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Revista TecnoAlimentar

Tecnoalimentar: a revista da indústria alimentar revisitada

tecnoalimentar

No último Editorial apresentou-se um breve resumo do que foram os quatro anos desta TecnoAlimentar - Revista da Indústria Alimentar, tendo-se referido que no Nº 17 se iria apresentar uma descrição mais completa do que tem sido esta revista.

Por: Manuel Rui F. Azevedo Alves | Diretor

Importa, antes de mais, salientar o facto de que a Tecnoalimentar é a única revista existente em Portugal dirigida para todas as indústrias alimentares.

Como tal os seus conteúdos versaram inúmeros produtos, tecnologias, técnicas analíticas, legislações, etc.

Recapitulando, nos quatro anos da existência da revista publicaram-se cerca de 260 artigos de carácter tecnológico e científico, deram-se a conhecer mais de 320 autores do sector científico/tecnológico que desenvolvem a sua actividade nos cerca de 120 faculdades, escolas, centros de investigação, associações de produtores e empresas.

Para além dos autores dos artigos, deram-se a conhecer inúmeras personalidades do sector governamental, bem como das organizações às quais pertencem e o trabalho que desenvolvem no apoio às empresas.

Apresentaram-se personalidades ligadas às empresas que se destacam pelo seu empreendedorismo e empresas que se destacam pela sua capacidade de inovação e/ou organizativa.

Em todos os números divulgaram-se empresas produtoras e/ou distribuidoras de equipamentos para a indústria, equipamentos laboratoriais, matérias-primas e reagentes. Efectuaram-se reportagens dos principais eventos na área alimentar e divulgaram-se vários projectos de investigação.

Dentro dos produtos alimentares destacam-se artigos e dossiers sobre azeite, carnes, carnes maturadas, carnes de diferentes animais e raças, salsicharia tradicional, frutos silvestres, citrinos, etc., produtos congelados, conservas de peixe, peixe seco e fumado, produtos da aquicultura, lacticínios, queijo e soro de leite, leites de várias origens e suas caracterizações e interesses para o consumo humano, frutas e sumos de frutas, ovos e derivados, vinhos com especial destaque para o vinho verde, pão, panificação, pastelaria, e, como não podia deixar de ser, a água.

Abordaram-se vários novos produtos ou ingredientes, como é o caso das algas marinhas e micro-algas, perspectivas para a carne de rã e derivados, insectos edíveis, diversos alimentos sem glúten, produtos à base de soja e derivados, diferentes estudos sobre pão com ingredientes alternativos e problemáticas relacionadas com produtos biológicos.

Apresentaram-se diversas tecnologias, desde as mais clássicas até algumas praticamente desconhecidas, das quais se destacam: perspectivas (problemas e soluções) sobre embalagens para alimentos, atmosferas modificadas, fumagem de carnes e pescado, altas pressões, controlo térmico e tecnologias do frio, processamento mínimo, eficiência energética, energias pulsadas, secagem, utilização de gases como coadjuvantes tecnológicos e como conservantes, robótica, indústria 4.0.

No âmbito da qualidade alimentar e assuntos relacionados discutiu-se o licenciamento industrial, a rotulagem, o controlo metrológico, as alegações nutricionais, a gestão da qualidade e certificação, o haccp e a higiene e segurança alimentares. O risco e a fraude foram também abordados com profundidade. Abordaram-se questões microbiológicas com especial referência para o Campylobacter, a Legionella e a Listeria. Apresentaram-se artigos sobre o Toxoplasma, problemas com parasitas específicos, zoonoses e agentes zoogénicos. Ainda no âmbito da qualidade alimentar referem-se diversos trabalhos científicos sobre aspectos muito importantes e actuais na indústria alimentar e para os consumidores como é o caso das gorduras e suas alterações, dos anti-oxidantes e outros bioactivos, contaminantes, aditivos gerais, alergénios e intolerâncias alimentares.

E, para terminar, não de podem esquecer algumas incursões sobre a gastronomia!

Um dos aspectos que deve ser ressaltado é a inegável qualidade dos artigos científicos. Na sua grande maioria todos os autores fizeram um grande esforço e tiveram o cuidado de apresentar artigos de revisão e artigos originais, sempre bem escritos e utilizando uma linguagem acessível a diversos públicos, com qualidade e rigor científico, e muitas vezes com conclusões suportadas por tratamentos estatísticos adequados, o que valoriza sempre os artigos e quem os escreve. Os artigos que têm sido publicados dão a conhecer à comunidade industrial quais as competências instaladas nos diferentes centros tecnológicos (como sejam os laboratórios universitários e politécnicos, e diversas plataformas tecnológicas e centros de investigação). Conheceram-se também muitos dos investigadores que aí desenvolvem as suas actividades.

Muitas empresas abriram as suas portas à Tecnoalimentar, mostrando as suas tecnologias, estratégias e ambições. Muitas revelaram também alguns dos seus problemas e necessidades de colaboração com o sector académico. Algumas empresas apareceram através de artigos de fundo sobre diferentes sectores, ajudando a explicar as problemáticas da agroindústria em Portugal.

Assim, a partir dos artigos científicos, artigos e entrevistas a personalidades e empresas, bem como aos artigos com personalidades do governo e diversas organizações do sector público, é possível ver a Tecnoalimentar como um ponto de encontro de duas comunidades que necessitam de uma grande aproximação para se potenciarem e desenvolverem. Na verdade, a Tecnoalimentar permite constatar que não falta ciência nem espírito empreendedor, nem faltam associações e plataformas agregadoras, para que as comunidades científica e industrial se possam aliar ainda mais.

Este apanhado sobre os quatro anos de existência da Tecnoalimentar mostra também que se atingiu o ponto em que se pode pensar sobre a possibilidade de implementar uma revisão de artigos científicos por pares. Tal é uma condição necessária a qualquer tipo de indexação, é uma forma de promover/manter a qualidade dos artigos, e de estimular e recompensar a colaboração da comunidade científica nesta revista. Este será um passo de gigante que tem de ser experimentado nos próximos números.

Resta-me agradecer a todas as instituições e autores que contribuíram para o rumo e sucesso deste projecto, bem como a todos os que de forma mais intensa participam regularmente.

Bem haja a todos!

Nota: Este artigo foi publicado na edição n.º 17 da Revista TecnoAlimentar.

Para aceder à versão integral, solicite a nossa edição impressa.

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