Segurança Alimentar - Um desafio global e partilhado
O “Dia Mundial da Segurança dos Alimentos”, celebrado a 7 de junho de 2020, representa muito mais do que uma simples comemoração. Se por um lado vemos hoje emergir muitas das fragilidades globais, não apenas em relação à saúde pública, mas também em termos políticos, económicos, sociais e ambientais, verifica-se, por outro lado, que estamos perante uma rara oportunidade para repensar e valorizar os sistemas alimentares, tornando-os mais seguros, mais justos e mais sustentáveis.
Por: Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares
Neste contexto, podemos identificar quatro elementos interdependentes que suportam o objetivo geral: a segurança alimentar (abastecimento), a segurança dos alimentos (inocuidade dos géneros alimentícios e dos alimentos para animais), a segurança nutricional (composição, diversidade e adequabilidade) e a segurança ecológica (preservação).
No caso particular da segurança dos alimentos, sublinhe-se que é, em primeiro lugar, um elemento que exige uma alargada cooperação entre os diversos atores (governos, agentes económicos, academia, consumidores). Por outro lado, deve ser vista como indissociável do processo de análise de riscos, assentando na produção das melhores evidências científicas (avaliação de riscos) como base de suporte às decisões políticas e regulamentares (gestão de riscos) e à criação de estratégias de comunicação adequadas aos vários destinatários (comunicação de riscos).
Por fim, importa referir que a segurança dos alimentos é, cada vez mais, um fator societal, que deve dar especial atenção às expectativas dos consumidores e das comunidades. Enfrentamos assim um desafio global e partilhado, no qual a indústria agroalimentar terá sempre um papel determinante.
Artigo originalmente publicado no site da DGAV