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Revista TecnoAlimentar

Quinta da Lixa: uma paixão de família

Com 30 anos de atividade, a Quinta da Lixa situa-se na subregião do Sousa e é o «testemunho vivo da paixão» que a Família Meireles sempre teve pelos vinhos verdes, refere à TecnoAlimentar, Óscar Meireles, CEO da Quinta da Lixa. Conta com uma produção anual superior a 4 milhões de garrafas, o que corresponde a uma faturação superior a €5,5 milhões por ano.

Texto: Ana Clara

Fotos: Quinta da Lixa

quinta da lixa

Presente em diversas áreas do mundo empresarial, «esta família que já era proprietária de vinhedos localizados em redor da pequena Vila da Lixa, decide em 1986 criar uma pequena empresa que se viria a tornar naquela que é hoje a Quinta da Lixa - Sociedade Agrícola, Lda», afirma o responsável.

A Quinta da Lixa tem um total de 105 hectares plantados de vinhas, onde dominam as castas brancas Loureiro, Trajadura, Alvarinho, Arinto e Avesso e, por sua vez, as castas tintas Touriga Nacional e Vinhão.

«É uma das empresas mais influentes e consistentes da Região e conta com uma produção anual superior a 4 milhões de garrafas, o que corresponde a uma faturação superior a €5,5 milhões por ano», informa Óscar Meireles.

Atualmente, a Quinta da Lixa, dirigida por Óscar Meireles, «congrega os Vinhos Verdes mais premiados da última década em concursos nacionais e internacionais sendo uma empresa estável e consistente, com crescimento sustentado desde a sua fundação».

Recentemente, a empresa investiu €150 mil «na construção de uma sala de estágio com 300 barricas e lançou dois novos vinhos limitados e numerados, que pretendem alterar a percepção do consumidor e demonstrar a versatilidade e equilíbrio oferecidas a um Vinho Verde pelo contacto com carvalho francês e carvalho americano», adianta o responsável, acrescentando que lançou, também, o Sweet Creations, «um vinho muito aromático, de baixo álcool e com perfeito equilíbrio entre acidez e açúcar residual».

Depois de ter ultrapassado o volume de vendas de €5,5 milhões em 2016, a produtora de Vinho Verde tem como objetivo «consolidar a posição nos Estados Unidos e na Alemanha e explorar mercados novos como a Colômbia, Taiwan e Japão pretendendo ultrapassar os €6M em vendas no final do ano».

«A nova sala de estágio de barricas vai contribuir em larga escala para atingirmos as metas delineadas para 2017. Para além de contribuir para a criação vinhos singulares e autênticos, vai permitir a consolidação nos mercados externos e o reforço no mercado nacional, pelo que esperamos crescer entre 8 a 10% ao longo do ano», salienta o CEO da Quinta da Lixa.

E sublinha que «os novos Quinta da Lixa Reserva 2015 – Alvarinho, Quinta da Lixa Reserva 2015 – Tinto são mais estruturados e com um perfil muito diferente da nossa gama de Vinho Verde. Pretendemos alterar a perceção do consumidor de que um Vinho Verde tem de ser bebido num curto espaço de tempo e em determinada época do ano, explorando ainda o potencial de harmozinação gastronómica, sendo capazes de acompanhar pratos de grande complexidade».

Óscar recorda que, em 2015, a Quinta da Lixa, «que já recebia mais de 2.600 turistas em visitas planeadas, decidiu apostar no enoturismo, criando o Monverde Wine Experience Hotel, que veio completar a oferta da Quinta da Lixa».

«O Enoturismo é um vínculo muito importante para o mercado dos vinhos, tanto em termos culturais como em termos de experiência para o turista. Com o aumento do turismo e a curiosidade que hoje existe no sector vitivinícola, esta era a ferramenta que faltava à Quinta da Lixa», salienta.

A aposta no enoturismo

São cada vez mais as empresas que apostam na vertente turística aliada aos vinhos. É na Quinta de Sanguinhedo, situada no norte de Portugal, entre as cidades de Felgueiras e Amarante, que se ergue o Monverde Wine Experience Hotel – o primeiro hotel vínico da Rota dos Vinhos Verdes.

«Inaugurado em maio de 2015, o Monverde Wine Experience Hotel insere-se numa área de 30 hectares, 22 dos quais vinha, e dispõe de 29 quartos e 1 apartamento, distribuídos pela propriedade em três distintas estruturas», descreve óscar Meirelles.

Envolto num ambiente de cores terra onde as dimensões do vinho, território, clima e tradição «pontuam em todos os detalhes, há por toda a parte objetos únicos dos trabalhos na vinha, surgindo como elementos esculturais que desenham o hotel, alguns deles perdidos no tempo».

No edifício principal encontram-se os espaços sociais: SPA, piscina interior e exterior, restaurante, wine bar, ou uma zona leaving que apela à leitura ou a momentos em boa companhia, são apenas algumas das possibilidades.

Programas vínicos

Com programas preparados para que os visitantes possam acompanhar todo o ciclo vegetativo da videira, o Monverde lança o convite para a participação e partilha de saberes e tradições.

quinta da lixa

«Se em setembro é possível participar no processo da apanha da uva e rituais de vindima, nos meses que se seguem, com a descida da temperatura e as geadas outonais, as folhas começam a cair e a videira inicia o seu processo de repouso. Nesta altura, os visitantes são convidados a participar na poda, plantação, condução da videira e enxertia», diz Óscar.

No início do ano seguinte degusta-se a mais recente colheita e, com a chegada da Primavera, os passeios de bicicleta e piqueniques na vinha convidam a desfrutar de um ambiente de tranquilidade que testemunha o despontar das videiras.

Já quase a chegar a uma nova colheita, por altura do mês de agosto, o Monverde «convida os visitantes a participarem no processo de controlo de maturação da uva, através de uma prova de bagos, que vai determinar a data da vindima, bem como o teor de álcool provável do vinho que se será produzido».

De acordo com o responsável, «mais de 15 mil pessoas passaram pelo Monverde no seu primeiro ano de atividade, dos quais 50% são visitantes das variadas valências que o Monverde tem para oferecer».

Os portugueses são os visitantes mais afluentes, contudo contam já com 30% de estrangeiros oriundos, essencialmente, de França, Espanha, Brasil, Alemanha e Canadá.

«Sem esquecer o ímpeto “Wine Experience”, no Monverde – um hotel com o selo ‘Best of Wine Tourism 2016’ na categoria Arquitetura e Paisagem e em 2017 na categoria Alojamento pela Great Wine Capitals – realizaram-se já mais de 7500 provas de vinho», conclui Óscar Meireles. 

Nota: Artigo publicado na edição da TecnoAlimentar n.º10 no âmbito de um dossier dedicado aos Vinhos Verdes.

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