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Revista TecnoAlimentar

O ajuste dos supermercados ao formato online

Com o aumento da quantidade de pessoas a fazer compras online, as grandes cadeias de distribuição adaptaram-se e lançaram novos serviços. Além disso, surgiram ainda novos supermercados online.

Supermercados

É o caso do 360hyper.pt, um supermercado exclusivamente online, onde os clientes podem adquirir “mais de cinco mil produtos das principais gamas”: desde mercearia, frescos, laticínios, congelados, puericultura, entre outros, informa a empresa em comunicado. Neste supermercado, lançado há pouco mais de uma semana, a entrega é feita num período entre três horas a três dias úteis, mas, por enquanto, só na área da Grande Lisboa.

O comerciantes.pt, plataforma criada por voluntários para ajudar os pequenos comerciantes a digitalizar os seus negócios e a vender online, foi também lançado há pouco mais de uma semana.

Neste marketplace, os clientes podem encontrar produtos alimentares e domésticos. Tal como o 360hyper.pt, este supermercado online faz apenas entregas na área da Grande Lisboa e, mesmo sendo destinado a comerciantes de bairro, se um lojista conseguir assegurar entregas para freguesias mais distantes as encomendas são possíveis.

O Mercadão, loja online que vende produtos do Pingo Doce, fez uma revisão das suas políticas de encomenda tendo em conta o novo coronavírus. Nesse sentido, face ao fecho do restante comércio, apenas estão disponíveis encomendas relacionadas com o Pingo Doce e o Mercadão que permite entregas grátis a partir dos 100 euros, sendo que todas as entregas “passarão a ser feitas à porta e não dentro do local de entrega”, informa a empresa numa nota publicada no site.

Além disso, os pagamentos apenas poderão ser feitos através de meios digitais, como cartão de crédito ou MB Way. Relativamente às devoluções, deixa de ser possível devolver produtos alimentares e os “produtos não-alimentares terão o seu prazo de devolução alargado para até 30 dias após a entrega”.

Continente tem entregas em dois dias, Auchan em três

Mesmo antes da pandemia, o Continente já tinha um serviço de entrega ao domicílio, mas dado o aumento da procura, que chegou a sextuplicar no início do surto do coronavírus, as entregas só eram feiras quase um mês após a encomenda. Por isso, a marca do grupo Sonae reforçou os seus serviços.

“Reforçamos a nossa estrutura tecnológica para melhorar a performance do site e da app em virtude do elevado volume de acessos, alargámos as nossas equipas de preparação das encomendas, estabelecemos novas parcerias com empresas de transporte e aumentámos o número de lojas com serviço da Glovo“, informa o grupo Sonae em comunicado.

Além disso, o Continente online lançou uma campanha de três cabazes predefinidos que são entregues em apenas 48 horas, ou seja, dois dias úteis, em Portugal Continental. “Atualmente, está disponível no Continente online um cabaz de bens essenciais de mercearia (20 artigos por 30 euros), outro de mercearia infantil (14 artigos por 21 euros) e um cabaz de limpeza e higiene“, explica a empresa na nota de imprensa.

A maioria dos produtos que estão nestes cabazes são da marca Continente, contudo, em caso de rutura de stock os produtos podem ser substituídos por outras marcas. Este serviço tem uma taxa de entrega de 3,99 euros, sendo que estas são “gratuitas para maiores de 65 anos”, informa o Continente. Por forma a tornar mais ágil o processo para os mais velhos, a empresa permite ainda “aos mais de 2.000 utentes seniores do serviço de teleassistência da Cruz Vermelha Portuguesa, que se encontram em situação de dependência”, encomendem os produtos pelo telefone. Tal como em qualquer outra encomenda nestas lojas, os cabazes podem ser pagos por cartão de crédito, paypal ou MB Way.

Também a retalhista Jerónimo Martins se adaptou à crescente procura por supermercados online. Mais de 150 lojas da marca Amanhecer, detida pela retalhista, passam agora a disponibilizar a entrega de compras ao domicílio. «As lojas Amanhecer caracterizam-se pela relação, pelo atendimento e pelo conhecimento que os proprietários têm dos seus clientes e, nesta altura tão especial, estão a demonstrar que são um vizinho com que os portugueses podem contar. Em vários casos estas lojas são, de resto, o único meio de abastecimento da sua zona de influência e precisaram de reinventar a sua operação para continuar ao lado dos seus vizinhos», explica Vanessa Silva, diretora de marketing do Recheio.

Por outro lado, o Pingo Doce, detido também pela Jerónimo Martins, lançou um novo serviço de encomendas de pratos de take away de norte a sul do país. O serviço “Encomendas Selecção do Chef” é da autoria do chef executivo do Pingo Doce, Gonçalo Costa, e conta com cerca de 30 pratos “desde as receitas mais clássicas, como o arroz de pato ou o bacalhau com natas, até pratos vegetarianos, sobremesas, sopas e acompanhamentos, disponibilizando alternativas para diferentes gostos”, explica a retalhista em comunicado. As encomendas podem ser feitas online, nas lojas Pingo Doce ou por telefone (808 200 120), sendo que as entregas podem ser “levantadas nas lojas Pingo Doce em poucos dias”.

Também a Auchan teve um pico de procura muito forte no início da pandemia, chegando a ter uma média de 70 mil pessoas a tentarem fazer compras ao mesmo tempo no site. Para fazer face a esta afluência, a antiga marca Jumbo criou uma fila de espera virtual, mas esta medida foi entretanto abolida dada a estabilização da procura. Nesse sentido, a Auchan lançou um serviço de entregas rápidas chamado “Despensa à Porta”, que permite aos clientes receberem artigos de despensa, no prazo máximo de três dias.

Além do serviço ao domicílio, a Auchan tem outras modalidades de entrega como o serviço Drive, que funciona nos parques de estacionamento de algumas lojas da cadeia, bem como, recolha no interior da loja ou ponto de recolha nos Cacifos de Alcântara. «Nas entregas tradicionais, todos os dias abrimos novas capacidades de entrega, tanto ao domicílio como em pontos de recolha Drive. Em zonas de menor concentração populacional, temos disponibilidades mais imediatas ou num prazo máximo de sete dias», explica ao ECO, fonte oficial da Auchan.

Contudo esta entrega pode não ser tão célere, em Lisboa e Porto, já que são «zonas com maior atraso na distribuição», aponta a empresa. Nestes casos, «o prazo de entrega num ponto de recolha Drive pode situar-se entre sete e dez dias em média», já na entrega ao domicílio «o prazo é ligeiramente superior» podendo chegar aos 12 dias. «Depende do dia ou da hora em que o cliente realiza a sua encomenda no site», conclui a Auchan.

A par das restantes cadeias de distribuição, também o El Corte Inglés reforçou o seu serviço de compras de supermercado online. Assim, a cadeia de distribuição espanhola lançou em meados de abril o “MiniSupermercado”, um novo serviço que engloba uma seleção de 300 artigos, em destaque no top de vendas. “Os produtos à venda no ‘”MiniSupermercado” são produtos que não necessitam de frio, como por exemplo produtos de limpeza/higiene, bebidas, mercearia (exceto perecíveis, congelados e refrigerados) ou produtos para animais”, explica o El Corte Inglés.

FONTE: ECO Economia Online