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Revista TecnoAlimentar

"Lisbon Food Affair será o evento líder em Portugal e de referência no mercado nacional e internacional", afirma Marina Calheiros

A Lisbon Food Affair é a nova feira profissional dedicada ao setor alimentar em Portugal. Promovida pela Fundação AIP este marketplace irá ter lugar nos dias 12, 13 e 14 de Fevereiro, na FIL. “Where food and business innovation meet" é a assinatura da Lisbon Food Affair, evento exclusivamente profissional, numa aposta aberta que faz da internacionalização um dos pilares fundamentais. Para saber mais sobre este primeiro evento a TecnoAlimentar falou com Marina Calheiros, gestora coordenadora da Lisbon Food Affair.

TecnoAlimentar: Quais as expetativas para este primeiro evento?

Marina Calheiros: Muito positivas, dado que o evento está a ter uma excelente recetividade do mercado. Por um lado, pela importância que tem na dinamização transversal do setor, mas sobretudo pela nova estratégia adotada, mais focada na realidade do mercado e mais orientada para a concretização de negócios.

Esta primeira edição da Lisbon Food Affair, que se realiza nos próximos dias 12 a 14 de Fevereiro, surge num momento muito oportuno e desafiante para toda a fileira do agroalimentar, marcada pelas alterações nos hábitos de consumo registados no pós-pandemia, pela guerra na Europa, pelas dificuldades relacionadas com a logística e com o preço dos transportes, bem como pelo aumento da procura de produtos diferenciados, por oposição a uma oferta massificada.

Como sabemos, onde há mudança há oportunidades. Por isso, temos como expetativas que o evento Lisbon Food Affair se afirme como o palco onde as empresas se podem posicionar proativamente e mostrar aos mercados as suas soluções, a sua inovação, a sua estratégia, as suas marcas; ser um espaço de experienciação, onde em tempo real, é possível perceber a reação e aceitação do mercado nacional e internacional à oferta apresentada.

TA: Quantas empresas estarão presentes? Quantos visitantes são esperados?

MC: No momento estão inscritas mais de 160 empresas, das quais 20% são internacionais, que representam mais de 500 marcas. A representatividade é muita equitativa entre setores, estando o Food & Beverage com uma percentagem ligeiramente superior.

Sendo a inovação um dos principais pilares da LFA, é com satisfação que verificamos que neste momento temos 55% de empresas que participam pela primeira vez em eventos deste sector organizados pela FIL.

Outro indicador importante são os 20% de empresas internacionais diretamente representadas, sendo que este número será muito maior se tivermos em conta que a maioria das empresas vêm de forma agrupada, e como tal, cada uma delas irá trazer várias empresas integradas. Para já os países representados são África do Sul, Brasil, Eslováquia, Espanha, França, Itália Polónia, Peru e Suécia, sendo que há perspetivas de poder contar com outros mercados.

Relativamente aos visitantes esperados e tendo em conta que o evento é exclusivo a profissionais do setor ambicionamos acolher mais de 10.000 visitantes.

TA: Quais são, hoje em dia, os maiores desafios das empresas e do mercado global?

MC: As mudanças nos hábitos alimentares, a necessidade de reduzir a pegada de carbono da produção de alimentos, as disputas comerciais entre países que trazem consequências económicas e de abastecimento alimentar, o aumento dos salários e o reduzido poder das empresas na fixação de preços, trazem grandes desafios para o setor agroalimentar, e estão a provocar mudanças significativas. Neste contexto, há cada vez maior pressão para as empresas procurarem um novo posicionamento e olharem para o mercado de outros ângulos.

E, neste sentido, a Lisbon Food Affair constitui uma excelente oportunidade para todo o tecido empresarial do setor agroalimentar marcar encontro com novos players, novas marcas e produtos e novas geografias de negócios.

TA: Os hábitos de consumo estão em constante mudança. Como é que o mercado português tem reagido ao longo dos últimos anos? 

MC: Estamos perante uma nova realidade de consumo, desde as alterações nos hábitos de consumo registados no pós-pandemia, passando pela guerra, pela inflação, pela alteração dos custos de transporte e logística, pela maior consciência ambiental ou pelo maior grau de exigência dos consumidores nos aspetos da saúde e bem-estar, além de um novo racional de compra. Todos estes fatores trazem mudanças significativas no mercado o que exige que as empresas pensem de forma diferente.

Face a este novo paradigma, o mercado português tem evoluído positivamente e tem conseguido adaptar-se. Há a consciência, cada vez mais clara, que a inovação e o desenvolvimento são estratégias vitais cuja efetividade se esgota em menos tempo, porque o ciclo de vida dos produtos também é mais efémero. Nesse sentido, há cada vez mais cooperação entre as várias entidades a nível do desenvolvimento tecnológico e da internacionalização, o tecido empresarial e a academia, que orientam a indústria para novas abordagens. Hoje, a procura está mais orientada para produtos diferenciados, por oposição a uma oferta massificada.

TA: Na sua opinião, o setor alimentar português tem acompanhado o crescimento dos restantes países de Europa e do mundo? 

MC: O setor agroalimentar português é o maior setor industrial do país, tanto ao nível da criação de riqueza, como de emprego e conta com uma elevada notoriedade nos mercados externos, sendo reconhecido internacionalmente pela qualidade e inovação dos seus produtos. É um setor que tem feito um percurso de desenvolvimento notável ao longo dos últimos anos, tornando-se num setor mais organizado, mais profissional, mais inovador e mais orientado para o mercado. As empresas têm conseguido adaptar-se aos novos padrões de consumo, às novas tendências e apostado no desenvolvimento de produtos que são cada vez mais valorizados nos mercados externos. É, assim, um setor muito competitivo em todo o mundo.

E, a Lisbon Food Affair será um instrumento para potenciar, ainda mais, a relevância deste setor e, assim, contribuir para o robustecimento da economia e competitividade do nosso país.

TA: Esta será a primeira edição do Lisbon Food Affair. Há previsão de mais eventos destes?

MC: A Lisbon Food Affair será o evento líder em Portugal e de referência no mercado nacional e internacional.

As dinâmicas que temos verificado no mercado, as alterações estratégicas em termos de posicionamento de marca, os contextos de resposta aos custos crescentes de logística e transporte, obrigam a um permanente acompanhamento e identificação de novos mercados e oportunidades de negócio por parte das empresas desta cadeia de valor.

Por esta razão, consideramos indispensável qua a Lisbon Food Affair, também neste âmbito, seja o fórum de discussão e de identificação de novas tendências. Auscultámos parceiros e expositores de referência e decidimos que a sua realização será anual.