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Revista TecnoAlimentar

Lidl estuda exportação de queijos nacionais

Depois dos citrinos do Algarve e do atum dos Açores, o Lidl está a estudar a exportação de queijo nacional com origem em pequenos produtores. Depois de um ano de crescimento, e com as exportações de frutas e legumes a subir 30% durante a fase da pandemia do Covid-19, a cadeia mantém expectativas de crescimento este ano fiscal.

Queijo

«Daqui a três semanas vamos ter nas lojas Lidl em Portugal queijos de produtores nacionais à venda. E estamos a desenvolver contactos junto dos colegas para ver a sua potencial aceitação em outros mercados», adiantou Bruno Pereira, administrador de compras do Lidl, numa teleconferência.

A cadeia já avaliou com os produtores qual a «capacidade disponível» de produto e será esse volume que tentará colocar nas lojas do exterior que manifestem interesse em comercializar os queijos nacionais.

Os queijos, recorde-se, foi uma das categorias de produto a que o Ministério da Agricultura apelou aos retalhistas alimentares associados da APED para aumentarem as suas compras para garantir o escoamento de pequenos produtores que viram encerrados os canais tradicionais com o encerramento do canal Horeca (cafés e restaurantes) pela pandemia da Covid-19.

A concretizar-se, compras de queijos tradicionais nas lojas Lidl no mercado externo, passarão a fazer parte do lote mais recente de produtos nacionais que a cadeia passou a colocar lá fora.

Há cerca de duas semanas, a cadeia de supermercados começou a exportar atum de Santa Catarina – fábrica dos Açores que produz o atum de primeiro preço de marca própria do Lidl, o Bela Aurora – para a Alemanha, Grécia e Bélgica.

Juntando-se aos citrinos do Algarve cuja exportação arrancou em fevereiro com a Laranja do Algarve para a Alemanha e em março com o limão. Em apenas dois meses e meio, entre 4 de fevereiro e abril, o Lidl ajudou a exportar o equivalente a 21 camiões carregados de laranja do Algarve: 396 toneladas, refere Bruno Pereira.

«Começamos timidamente, com apenas alguns camiões, mas a aceitação foi de tal ordem que rapidamente alastramos a todas as lojas na Alemanha e estamos a estudar alargar a vários mercados da Europa Central», revela Bruno Pereira.

O responsável de compras do Lidl mostra-se otimista quanto a um crescimento das exportações nacionais para as lojas da cadeia. «Nos últimos dois meses temos ajudado a nossa produção nacional na exportação, só em março e abril tivemos um aumento de mais de 30% das exportações de frutas e legumes do que face ao período homólogo do ano passado», revela.

«Não temos tido dificuldade em fazer chegar o produto aos mercados onde estamos presentes, nem por questões logísticas (encerramento de fronteiras) nem por capacidade dos fornecedores», assegura. Com este sinal no arranque do ano fiscal de 2020-2021 a «expectativa é de continuar a crescer. Os 30% de crescimento que registamos dão-nos motivos para ser otimistas», diz Bruno Pereira, sem adiantar uma previsão de crescimento das exportações.

FONTE: Dinheiro Vivo