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Revista TecnoAlimentar

IFFA 2022: Sustentabilidade na Indústria da Carne

Este ano, com o novo subtítulo "Tecnologia para carne e proteínas alternativas", a feira líder mundial do setor vai, pela primeira vez, concentrar-se nos ingredientes e processos de fabrico de proteínas de origem vegetal e no seu rápido crescimento nos mercados mundiais. Entre os dias 14 e 19 de maio, o evento em Frankfurt espera mais de 900 expositores de 40 países, que vão mostrar os desenvolvimentos dos últimos três anos, nas áreas da tecnologia para transformação e embalagem de carne e produtos proteicos alternativos, ingredientes e aditivos para novos alimentos, bem como novos produtos.

Realizada pela primeira vez em 1949, no âmbito da conferência da Associação dos Talhantes no Centro de Feiras e Exposições de Frankfurt, a IFFA (International trade fair for the meat industry) celebra o seu 73º aniversário. O sucesso contínuo reside na sua impressionante história e nas fortes raízes no comércio e na indústria dos talhos. Ao longo das décadas, tornou-se num evento obrigatório para a indústria.

Os produtos à base de plantas são um nicho de mercado em acelerado crescimento. Estima-se que as vendas anuais mundiais de alternativas à base de carne vegetal devam subir para mais de 10 biliões até 2025. Tal representa um crescimento anual de mais de 18%. Em contrapartida, as vendas de carne processada devem atingir aproximadamente 269 biliões no mesmo ano - uma taxa anual de crescimento de apenas 0,2%.

Wolfgang Marzin, presidente e CEO da Messe Frankfurt, explica que «o mercado de alternativas de carne é um dos setores em expansão no mundo e pretendemos retratar esse desenvolvimento na próxima IFFA. A principal área de especialização dos nossos expositores e visitantes gira em torno do processamento, embalagem e venda de carne e produtos derivados de carne desde tempos imemoriais. Portanto, estamos ansiosos para expandir esse foco, apresentando novos produtos interessantes e discutindo aplicações inteligentes, o que consideramos ser um verdadeiro impulso para a inovação».

Os principais temas da IFFA 2022 serão: automação, digitalização, segurança alimentar, sustentabilidade, tendências alimentares e individualização.

AUTOMAÇÃO: PROCESSOS EFICIENTES

O processamento de carne e substitutos de carne exigem muita automação. Isso deve-se principalmente ao próprio produto: é natural, sensível e varia em tamanho e forma. O contexto da falta de recursos humanos na indústria e as maiores exigências de higiene e qualidade, o uso de processos automatizados e soluções robóticas de última geração prometem vantagens. Assim, os processos podem ser otimizados, os rendimentos aumentados e as influências nocivas consideravelmente reduzidas. A indústria da carne vê uma necessidade crescente de tecnologia de automação no futuro, devido à enorme escassez de trabalhadores qualificados.

DIGITALIZAÇÃO: O PODER DOS DADOS

Hoje em dia, as soluções digitais desempenham um papel central na gestão da qualidade e na rastreabilidade dos alimentos. Ao reunir e vincular de forma inteligente todos os dados, a produção pode ser monitorizada em tempo real e possíveis avarias podem ser detetadas no imediato. O próximo passo para o futuro é a Data-Driven Factory: o fluxo de dados em ambas as direções entre a produção e o ponto de venda, permitindo formas completamente novas de marketing. No final deste desenvolvimento encontram-se oportunidades de vendas adicionais baseadas, por exemplo, na denominação de origem exata, lotes adaptados sazonalmente ou mesmo produtos completamente individualizados.

SEGURANÇA ALIMENTAR: ALIMENTAÇÃO SEGURA

A segurança alimentar é uma prioridade. A pandemia de COVID-19 trouxe, ainda mais, o tema à consciência pública. Os fabricantes de máquinas e plantas trabalham continuamente em novas soluções para melhorar o design higiénico das suas plantas. Os procedimentos de monitorização digital ajudam a garantir a segurança em todo o processo de produção. Na área das embalagens, o desafio é garantir uma higiene intransigente, mesmo com um menor uso de materiais e maior reciclabilidade.

SUSTENTABILIDADE: PRODUÇÃO NEUTRA EM RELAÇÃO AO CLIMA

O Acordo Verde Europeu, com o objetivo de se tornar neutro em relação ao clima até 2050, impõe altas demandas à indústria da carne em termos de sustentabilidade. Como aumentar a eficiência energética e de recursos? Por um lado, os fabricantes de máquinas apresentam tecnologias cada vez mais eficientes. Por outro lado, a redução de resíduos de embalagens e a utilização de materiais recicláveis ​​ou biodegradáveis ​​desempenham um papel importante. No contexto das mudanças climáticas, são necessárias ideias para reduzir o desperdício de alimentos deitados fora. Também os hábitos alimentares estão em mudança: a demanda por proteínas alternativas obtidas de plantas, insetos ou carne cultivada está a aumentar em todo o mundo.

TENDÊNCIAS ALIMENTARES: PROTEÍNAS DO FUTURO

Em muitos dos importantes mercados, a tendência é para um consumo menor e mais consciente de carne e peixe. No entanto, os flexitarianos não querem abrir mão de padrões alimentares familiares. Isso tem um impacto no espectro de produtos, que está a tornar-se cada vez mais diversificado. A indústria cárnica adaptou-se e está a desenvolver alternativas à base de plantas cada vez mais perfeitas. A pandemia foi outro fator que influenciou o comportamento do consumidor: aqui, o talho, em particular, conseguiu pontuar com produtos regionais de alta qualidade nas vendas das lojas.

INDIVIDUALIZAÇÃO: QUALIDADE NO TALHO

O comércio do talho, que tradicionalmente se destaca pela alta qualidade, distingue-se dos produtos massificados com produtos individuais e únicos. O foco é a origem regional, o uso de raças especiais de animais e receitas individuais. Produtos de conveniência estão ainda em demanda. Aqui, a procura alimentos saborosos, saudáveis ​​e de alta qualidade está em crescimento. Os talhantes inovadores estão a adotar novas formas de distribuição para chegar aos seus clientes.

O evento conta com 116.000 metros quadrados de espaço de exposição distribuídos pelos Pavilhões 8, 9, 11 e 12 que acolhem empresas de todo o mundo, com destaque para as empresas de fora da Alemanha, especialmente Itália, Espanha, Países Baixos, Áustria, Suíça e Polónia.