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Revista TecnoAlimentar

França vai testar rotulagem obrigatória de origem durante dois anos

A França testará a rotulagem do país de origem obrigatória para carnes e láteos em alimentos preparados durante dois anos, uma medida que tem gerado controvérsia dentro da indústria.

carne

Será introduzida em França a rotulagem obrigatória do país de origem (COOL, da sigla em inglês) para carnes e leite em alimentos processados e refeições preparadas durante um período de teste de dois anos a contar a partir do momento em que se obtém luz verde do ministro da Comissão de Agricultura, Stéphane Le Foll.

A lei precisa do apoio do Conseil d’Etat e pode entrar em vigor já em janeiro de 2017.

Os detalhes específicos sobre a forma como esta rotulagem será colocada em prática serão discutidos por membros do setor e associações de direitos dos consumidores.

A Interbev, associação comercial francesa que representa os processadores de carne e criadores de gado, disse estar satisfeito com o «avanço significativo feito», acrescentando que isto permitirá aos consumidores ter informações claras e transparentes em relação aos produtos que compram.

A organização tem vindo a fazer campanha pela rotulagem do país de origem em carnes frescas e processadas desde o escândalo da carne de cavalo em 2013, quando testes de DNA confirmaram a presença de carne de cavalo em lasanha de carne bovina pré-preparada, o que impulsionou uma crise na confiança dos consumidores.

Porém, o grupo comercial pan-europeu, FoodDrinkEurope (FDE) afirma que lamenta profundamente a decisão.

«Embora a iniciativa esteja a ser rotulada como um ‘teste’ e se aplique somente à Franca, é uma medida obrigatória que terá um impacto imediato no mercado, com consequências negativas consideráveis para produtores e consumidores, com mudanças onerosas na cadeia de fornecimento, dificuldades no processo de rotulagem e, no geral, preços superiores».

«Além disso é de crucial importância compreender que no contexto atual Europa esta medida de protecionismo abre um precedente irreversível para a fragmentação do Mercado Único da União Europeia (UE) para alimentos e bebidas».

Fonte: Milkpoint