FAO publica relatório: O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020
A FAO (Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas) publicou o relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020", que avalia o progresso da segurança e nutrição alimentar no mundo e traça projeções de como o mundo pode ser em 2030, se as tendências que se verificaram na última década se mantiverem.
As atualizações sobre muitos países tornaram possível estimar a fome no mundo com maior precisão este ano. Em particular, dados recém-acessíveis permitiram a revisão de toda a série de estimativas de subnutrição para a China em 2000, o que resultou numa mudança substancial para a diminuição do número de subnutridos no mundo.
No entanto, a revisão confirma a tendência relatada em edições anteriores: O número de pessoas afetadas pela fome em todo o mundo tem aumentado lentamente desde 2014. O relatório mostra, também, que o ônus da desnutrição em todas as suas formas continua a ser um grande desafio. Existiu algum progresso em termos de nanismo infantil, pouco peso no nascimento e amamentação exclusiva, mas num ritmo ainda muito lento. O sobrepeso infantil não está a melhorar e a obesidade adulta está a aumentar em todas as regiões do globo.
O relatório complementa a avaliação usual da segurança e nutrição alimentar com projeções de como o mundo poderá ser em 2030, se as tendências da última década continuarem. As projeções mostram que o mundo não está no caminho certo para alcançar a a erradicação da fome mundial até 2030 e, apesar de alguns progressos, a maioria dos indicadores também não está no caminho certo para cumprir as metas globais de nutrição. É provável que a segurança alimentar e o estado nutricional dos grupos populacionais mais vulneráveis se deteriorem ainda mais devido aos impactos na saúde e socioeconómicos da pandemia provocada pela Covid-19.
O relatório destaca a qualidade da dieta como um elo crítico entre segurança alimentar e nutrição. O cumprimento das metas do ODS 2 somente será possível se as pessoas tiverem comida suficiente para comer e se o que estiverem a ingerir for nutritivo e acessível.
O relatório também apresenta uma nova análise do custo e da acessibilidade das dietas saudáveis por todo o mundo, por região e em diferentes contextos de desenvolvimento. Apresenta avaliações dos custos de saúde e mudança climática associados aos padrões atuais de consumo de alimentos, bem como a economia potencial de custos se os padrões de consumo de alimentos se alterarem para dietas saudáveis, que incluem considerações de sustentabilidade.
O relatório termina com uma discussão das políticas e estratégias para transformar os sistemas alimentares, a fim de garantir dietas saudáveis acessíveis como parte dos esforços necessários para acabar com a fome e todas as formas de desnutrição.