Especialistas mundiais reúnem-se para debater a qualidade e segurança da carne de suíno
Realiza-se de 7 a 10 de setembro, na fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, a 11ª edição do Congresso SafePork, numa organização conjunta da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e das Universidades do Porto, de Zaragoza e de Leon.
Investigadores, associações e técnicos do setor, representantes do governo, industriais e empresas farmacêuticas, num total de 200 participantes de 27 países de cinco continentes, vão “apresentar e discutir questões relacionadas com a gestão de zoonoses e segurança alimentar a nível dos suínos e da carne de porco, sempre numa perspetiva integrada “da exploração ao prato” e na lógica do conceito “Uma só Saúde”, explica Madalena Vieira-Pinto, responsável da UTAD pela organização deste congresso e especialista em inspeção sanitária animal e segurança alimentar.
No programa, que inclui vários workshops especializados e comunicações várias, estarão em destaque as estratégias, custos e benefícios no controlo de perigos de origem alimentar e doenças zoonóticas a nível da exploração e no matadouro; a utilização de antibióticos na produção de suínos e eventuais implicações para a saúde humana; assim como alterações à regulação do setor, nomeadamente na inspeção sanitária de suínos.
“Atualmente a inspeção sanitária de carcaças é feita em matadouros por médicos veterinários oficiais através de diversos procedimentos. O novo regulamento da Comissão Europeia prevê que esta inspeção passe a ser apenas visual, o que tem levantado algumas dúvidas e preocupações ao setor”, afirma Madalena Vieira-Pinto.
Este congresso visa, assim, a reunião dos diversos especialistas para discutir e analisar os procedimentos, agora propostos, e “confirmar ou propor eventuais alternativas no que respeita à inspeção sanitária destes animais, tendo em consideração as potenciais repercussões na proteção da saúde pública e animal”, acrescenta.
A FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) é uma das entidades presentes neste evento, através da especialista Katinka DeBalogh, cuja comunicação será direcionada para a segurança alimentar na cadeia de produção da carne de suíno.
Dedicado à carne mais consumida em Portugal, este congresso terá uma mostra de produtos regionais, que inclui uma prova de degustação que visa demonstrar a qualidade da carne de suíno, castrado quimicamente.
“A castração química é um método inovador e necessário, devido às novas imposições legislativas europeias, que condiciona a tradicional castração dos suínos, mas que pode conferir cheiro e gosto desagradável à carne”, adverte investigadora da UTAD.
Programa completo do congresso em http://www.safepork2015.com