FacebookLinkedin

Revista TecnoAlimentar

Covid-19 e o estado nutricional dos idosos

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde, publicou um manual com orientações na área da alimentação. Estas orientações têm como objetivo contribuir para uma compra de alimentos responsável e adequada a esta situação, abordando ainda o que se deve fazer para ajudar a população idosa da comunidade.

Alimentação

A população idosa é um dos grupos que apresenta um maior risco de doença grave por Covid-19. Como grupo de risco, os idosos são particularmente aconselhados a adotar medidas para reduzir o risco de doença por SARS-CoV-2, nomeadamente o isolamento profilático.

Estas medidas de isolamento e distanciamento social para minimizar a transmissão da Covid-19, podem ser um fator de risco para o agravamento do estado nutricional dos idosos, quer naqueles que se encontram em contexto de domicílio, quer para os idosos institucionalizados. Um pior estado nutricional associa-se a um pior prognóstico e a um risco aumentado de complicações em caso de doença aguda e, consequentemente está associada a um maior risco de mortalidade.

Assim, considera-se fundamental promover uma alimentação adequada na população idosa, de forma a promover um adequado estado nutricional. Para o efeito, fazem-se as seguintes orientações, que não são diferentes das recomendações que já deviam ser genericamente seguidas pela população idosa:

  • Diariamente devem ser consumidas duas porções de leite ou derivados (1 porção de leite = 240ml), nas refeições intercalares.

  • Devem ser consumidas 2 a 3 porções de fruta por dia (1 porção = 1 peça de fruta média).

  • Devem ser consumidas leguminosas (por ex. feijão, grão, ervilhas, lentilhas...) pelo menos 3 vezes por semana, por exemplo através da sua adição à sopa.

  • A sopa de hortícolas deve estar presente nas duas refeições diárias. Uma importante fonte de vitaminas e minerais e que pode contribuir para otimizar o estado de hidratação.

  • Deve ser incentivado o consumo de carne, pescado e ovos nas duas refeições principais (1 porção por refeição), de modo a assegurar uma ingestão proteica adequada, sendo que o peixe gordo deve consumido com uma frequência de 2 vezes por semana.

  • O incentivo ao consumo de frutos oleaginosos (por ex. amêndoas, nozes...), para aqueles que não apresentam dificuldades de mastigação deve ser também considerado (1 a 3 vezes por semana).

  • Considerando a diminuição do apetite que é comum nesta faixa etária e a alteração do paladar, devem ser promovidas refeições frequentes ao longo dia e de menor volume (cerca de 5 a 6 refeições) e deve ter-se em consideração as características organolépticas das refeições.

  • A manutenção de um bom estado de hidratação é essencial, situação que muitas vezes está comprometida devido à diminuição da sensação de sede nos idosos. A quantidade diária deve variar entre 1,5 a 2 litros de água, no mínimo, o que equivale a cerca de 8 copos de água. A oferta frequente de água e em pequenas quantidades ao longo do dia é essencial. As águas aromatizadas e as infusões podem ser opções a considerar, preferencialmente sem adição de açúcar.

De referir que estas são recomendações genéricas que podem não se aplicar a casos específicos.