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Revista TecnoAlimentar

Como reduzir o desperdício alimentar?

Por: Elsa Ramalhosa

Centro de Investigação de Montanha (CIMO), Laboratório Associado para a Sustentabilidade e Tecnologia em Regiões de Montanha (SusTEC), Instituto Politécnico de Bragança

RESUMO

No presente artigo pretende-se abordar a questão do desperdício alimentar e como este está relacionado com a Política “Food 2030” estabelecida pela União Europeia e que formas existem para reduzir o desperdício alimentar. Também será explicado o conceito de upcycling que pode trazer importantes benefícios ambientais e económicos para o nosso país.

EM QUE CONSISTE A POLÍTICA “FOOD 2030”?

A União Europeia estabeleceu uma política de investigação e inovação, intitulada “Food 2030” (Comissão Europeia, 2023), a qual pretende transformar os atuais sistemas alimentares, tornando-os mais resilientes, e garantir que toda a população tenha acesso a alimentos nutritivos. Deste modo, os sistemas alimentares devem criar benefícios às pessoas, clima, planeta e comunidade. A “Food 2030” também está em linha com o European Green Deal e com as estratégias do Prado ao Prato e da Bioeconomia. De facto, os atuais sistemas alimentares são insustentáveis e acarretam alterações climáticas, falta de recursos, poluição e desperdício, degradação ambiental, perda de biodiversidade, crescimento populacional e má nutrição, e doenças relacionadas com a dieta (Comissão Europeia, 2023).

Assim, é essencial criar sistemas alimentares sustentáveis que se baseiem em/na: nutrição através de dietas sustentáveis e saudáveis; sistemas alimentares que suportem um planeta saudável; circularidade e eficiência de recursos; inovação e “empowerment” das comunidades.

Para atingir estes objetivos, uma das formas é através da redução do desperdício alimentar e no aumento da eficiência de recursos (Comissão Europeia, 2023). Em Portugal, em 2016, foi criada a Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (CNCDA) que tem como missão promover a redução do desperdício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar, tal como indicado no Despacho n.º 14202-B/2016.

Os objetivos da comissão são: (i) Realizar o diagnóstico, avaliar e monitorizar o desperdício alimentar a nível nacional; (ii) Conhecer as boas práticas que são aplicadas a nível nacional e internacional para combater o desperdício alimentar; (iii) Estabelecer os indicadores de medida do desperdício alimentar, nas diferentes fases da cadeia alimentar, seguindo as metodologias indicadas pela União Europeia e OCDE; (iv) Incitar a atuação de entidades da sociedade civil através de iniciativas desenvolvidas neste âmbito; (v) Promover a criação e o desenvolvimento de uma plataforma eletrónica relacionada com a gestão dos bens alimentares com o risco de serem desperdiçados; e (vi) Indicar medidas de redução do desperdício alimentar relacionadas com a segurança alimentar, educação escolar, saúde pública, combate à pobreza e de boas práticas na produção, na indústria agroalimentar, na distribuição e no consumo.

Artigo publicado na edição n.º 37 da Revista TecnoAlimentar.

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