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Revista TecnoAlimentar

CIP lança estudo pioneiro sobre economia circular

A CIP (Confederação Empresarial de Portugal) acaba de lançar, em parceria com a EY-Parthenon, o Projeto E+C – Economia Mais Circular, estudo sobre Economia Circular que será desenvolvido, em colaboração estreita com as empresas, ao longo de 12 meses. Para a FIPA estes projetos de análise da circularidade, junto do tecido empresarial, são bastante relevantes e tem estado a acompanhar esta iniciativa desde o seu primeiro momento.

CIP

O lançamento do projeto foi feito na conferência "Por uma Europa Verde – O Contributo das Empresas Portuguesas". Na ocasião o presidente da CIP, António Saraiva, explicou: «o Plano de Ação para a Economia Circular foi a resposta nacional ao desafio europeu, no qual a CIP colaborou desde a primeira hora. Mas passaram mais de dois anos e os resultados deste Plano não são devidamente conhecidos. Falta claramente uma monitorização objetiva da situação nacional nestas matérias. Requerem-se métricas eficazes que demonstrem a evolução global e sectorial da circularidade da economia e permitam a identificação de constrangimentos e de oportunidades».

Este estudo terá por base a Circulytics, uma metodologia desenvolvida pela Fundação Ellen MacArthur que ajuda a documentar os pontos fortes de uma empresa e a realçar as áreas a melhorar. Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon e responsável pela assessoria técnica de apoio à implementação do projeto, sublinhou que «medir a progressão das economias em matéria de Economia Circular e de maturidade das empresas em termos de Circularidade continua a ser um enorme desafio em todo o mundo, pelo que a democratização de ferramentas como a Circulytics é deveras importante», acrescentando que «pelos indicadores indiretos de circularidade que existem disponíveis, Portugal tem ainda uma enorme margem de progresso na Economia Circular, podendo capitalizar enormemente o seu potencial para gerar resultados nas empresas e na sociedade. O projeto E+C vai certamente ajudar muito nesse processo».

Nesta conferência online esteve também o Governo, representado pela Secretária de Estado do Ambiente, Inês Costa, e pelo Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

Inês Costa recordou a mnemónica 1, 10, 100, 1.000, 10.000, explicando-a: «1% da população mundial tem mais riqueza acumulada do que o resto da humanidade; temos cerca de 10 anos para evitar um colapso do sistema natural que nos suporta e o caos climático; todos os anos perdemos mais 100 espécies; há cerca de 1 000 vezes mais dinheiro em subsídios para combustíveis fósseis do que existe investido na transformação para uma economia verde; em 2020, houve 10.000 fogos florestais a ocorrerem em simultâneo, num único dia, no planeta. São números que nos esmagam».

E deixou o repto: «Quando pensamos nestes cinco factos, que são factos, é fácil entender que ser verde não é um termo vazio. Temos que mudar e não dizer apenas que queremos mudar sem nada fazer».

Já no encerramento da conferência, o ministro Pedro Siza Vieira recordou que 37% das verbas comunitárias, que no acumulado da década, representam mais de 45 mil milhões de euros para Portugal, têm de ser dedicadas ao objetivo da transição climática, com um foco muito grande na descarbonização, mas também na transição para uma Economia Circular.