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Revista TecnoAlimentar

Tetra Pak revela os desafios para o setor alimentar no caminho para a descarbonização

 A Tetra Pak, uma referência mundial em soluções de processamento e embalagem de alimentos, está empenhada em ser um agente de mudança na descarbonização da economia. Através da utilização de recursos de fontes renováveis e energias alternativas nos processos de produção, bem como da redução de gases com efeito de estufa ou resíduos de plástico no ambiente, a Tetra Pak enveredou por um caminho com mudanças significativas em toda a sua cadeia de valor.

tetra pak

Em Portugal, o setor agroalimentar é um dos principais ramos da indústria transformadora, sendo composta por 7.669 empresas. Representando cerca de 14% do volume de negócio total. É um sector estratégico devido à sua capacidade de produzir 13.800 milhões de euros e empregando cerca de 94 524 pessoas. Estes dados mostram que o caminho para a sustentabilidade no sector é urgente. A economia circular é um dos pilares sobre os quais deve assentar a recuperação económica de Portugal, conforme constatado pelo Governo no seu Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência.

Neste sentido, Esther Colino, Diretora de Assuntos Públicos para Espanha e Portugal da Aliança de Embalagens de Cartão para bebidas e o Ambiente (ACE), afirma que «A circularidade das embalagens começa com a utilização de matérias-primas renováveis. Ao substituir os recursos fósseis finitos por matérias-primas vegetais bem geridas, o fornecimento de matérias-primas a longo prazo é garantido, ao mesmo tempo que se cuida das fontes e se reduz a pegada de carbono. A utilização de materiais renováveis ou reciclados na produção de embalagens é fundamental para alcançar uma economia circular com baixo teor de carbono».

Desafios no setor alimentar e de embalagem

Nos últimos anos, a indústria alimentar portuguesa registou notáveis mudanças e avanços no processo de implementação de práticas mais sustentáveis, está a desenvolver cadeias de valor que garantem melhores práticas e está preocupada em utilizar recursos e matérias-primas certificadas e que são amigas do ambiente. Este processo de mudança envolve também a reutilização e prevenção de resíduos, mobilidade sustentável, bem como a utilização de tecnologia para tratar resíduos e melhorar a eficiência na utilização de água e de energia.

Neste contexto, a Tetra Pak, no seu caminho para ser um agente de mudança, assume cinco grandes desafios que a indústria de embalagens enfrenta atualmente:

1- Repensar o modelo de embalagem alimentar desde a origem: procurar uma alternativa à utilização de alumínio e plástico de origem fóssil para outras alternativas de fontes renováveis e com menor impacto na natureza.
2- Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa: toda a cadeia de valor deve garantir as melhores práticas, tais como a utilização de energias renováveis ou a mobilidade sustentável, a fim de evitar que o aquecimento global atinja 4,1ºC no final deste século.
3- Assegurar a existência de uma quantidade suficiente de alimentos seguros para uma população em crescimento: com embalagens seguras que garantam a preservação dos nutrientes e evitem o desperdício de alimentos.
4- Testar os limites da reciclagem através do pensamento estratégico: com iniciativas que promovam a reciclagem.
5- Reduzir o impacto de produtos fora de validade na natureza: utilizar sistemas de gestão otimizados e materiais provenientes de fontes bem geridas.

A Tetra Pak e o seu compromisso com o ambiente

A Tetra Pak está a liderar a transformação da indústria ao procurar soluções com baixo teor de carbono. 100% das embalagens da Tetra Pak já são feitas de cartão com certificação FSC® e a empresa está a trabalhar para reduzir a utilização de alumínio e plástico, ao mesmo tempo que aumenta a percentagem de materiais à base de plantas nas suas embalagens. Hoje em dia, a Tetra Pak já utiliza plástico fabricado a partir de cana-de-açúcar, com a certificação Bonsucro.

A Tetra Pak Iberia comercializou mais de 500 milhões de embalagens com polímeros vegetais em 2020, e a previsão para 2021 é que este número quadruplique e ultrapasse os 2.000 milhões, representando entre 25 e 30% das vendas totais. Também espera fechar o ano com uma penetração doméstica de cerca de 70%. A utilização de materiais à base de plantas nas embalagens, em substituição de materiais de origem fóssil, significará uma redução de mais de 4.000 toneladas de emissões de CO2 em 2021.

Nas palavras de Ramiro Ortíz, Diretor Geral da Tetra Pak Iberia, «Aspiramos à criação de embalagens feitas de materiais totalmente renováveis ou reciclados, de fontes geridas de forma responsável, que sejam 100% recicláveis e neutras em carbono. Como empresa líder no sector, é nossa responsabilidade ajudar a moldar a indústria alimentar do futuro e estabelecer novos padrões alinhados com as exigências da legislação, dos clientes e dos consumidores».

A Tetra Pak comprometeu-se a investir aproximadamente 100 milhões de euros a nível mundial nos próximos 5-10 anos para continuar a desenvolver soluções de embalagem sustentáveis. Além disso, há anos que a Tetra Pak está empenhada em grandes iniciativas de inovação para continuar a impulsionar a descarbonização dos materiais. Uma das mais importantes visa completar a reciclagem a 100% das embalagens através do tratamento químico do polietileno e do alumínio para as transformar em óleos pirolíticos que serão depois convertidos em plásticos reciclados e promover a reutilização das embalagens. Um projeto cujo sucesso está intimamente ligado aos fundos europeus a que a Tetra Pak se candidatou para o promover.

A este respeito, Ramiro Ortiz considera «Muito positiva a aprovação no passado dia 26 de maio na Comissão de Transição Ecológica do Congresso, de uma proposta não legislativa para promover a utilização de produtos recuperados por processos de reciclagem química de plásticos» e afirma que «A cooperação público-privada é essencial para maximizar a capacidade transformadora da economia circular na recuperação de Espanha, Portugal e da União Europeia, algo tão necessário como um quadro regulamentar que permita ao sector privado inovar em novas tecnologias de reciclagem e encoraje a utilização de materiais de origem renovável, como temos vindo a fazer há já algum tempo na Tetra Pak».

Alguns dos marcos já alcançados pela Tetra Pak são:

• As primeiras tampas feitas à base de cana-de-açúcar para embalagens de bebidas.
• A primeira, e ainda a única, embalagem totalmente renovável no mercado: Tetra Rex® que possui uma certificação Carbon Trust.
• A primeira embalagem com certificação FSC® do sector, e a primeira empresa cuja totalidade das embalagens possui certificação FSC®.
• Primeira empresa de embalagens de cartão a lançar palhinhas de papel na Europa.
• Embalagens com plástico feito a partir de cana-de-açúcar, uma fonte renovável com certificação Bonsucro.
• Introdução de polímeros reciclados certificados em embalagens, a primeira empresa do sector de embalagens de alimentos e bebidas a receber a certificação avançada de produtos da organização Biomateriales Sostenibles (RSB).

Fonte: ANILACT