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Revista TecnoAlimentar

Retalhistas pedem que Bruxelas faça as questões certas em matéria de práticas comerciais

No seguimento do anúncio feito pelo comissário europeu Phil Hogan sobre o lançamento de um processo que resulte em propostas sobre as práticas comerciais na agricultura, o EuroCommerce solicitou que fossem respondidas a algumas questões que, do ponto de vista do retalho, deverão ser consideradas antes de se avançar em matéria de legislação.

Ao comentar esta intenção da Comissão Europeia, o diretor geral do EuroCommerce, Christian Verschueren, reiterou o compromisso do organismo em fazer parte, de forma construtiva, do processo consultivo, mas sublinhou a necessidade das medidas responderem a problemas reais e concretos.

Entre as questões que o EuroCommerce quer ver respondidas está o facto dos retalhistas apenas comprarem 5% dos bens que vendem diretamente aos agricultores, pelo que não é claro que a imposição de regras comunitárias nas suas negociações possa ajudá-los.

Outro fator destacado pelos retalhistas é que em países onde não existe legislação, mas os agricultores estão bem organizados, o setor agrícola é saudável, ao passo que noutros com legislação «muito intrusiva» as crises sucedem-se, daí que questionem que efeito pode a legislação ter.

«Se a maioria dos retalhistas alimentares compram a fornecedores do mesmo país onde vendem os produtos, não só porque os grandes fabricantes fragmentam o mercado europeu e não permitem compras transfronteiriças, que assuntos do mercado único são considerados nesta harmonização?», questiona ainda Christian Verschueren. Assim como «se as regras comunitárias permitem diferentes níveis de aplicação a nível nacional, que harmonização vão alcançar?».

O EuroCommerce defende o apoio a medidas que efetivamente resolvam os problemas concretos dos agricultores.

«Queremos que sejam capazes de se organizar para melhorar o seu poder negocial, ao mesmo tempo que se respeitam as regras da concorrência. Apoiamos as ideias de transparência do mercado e contratualização, assim como outras medidas que ajudem os agricultores a lidar com a inevitável volatilidade do mercado global. Acima de tudo, queremos estabelecer um diálogo real a nível europeu e nacional, para assegurar que os agricultores conseguem produzir nas quantidades certas e com a qualidade que os consumidores querem comprar. Nenhuma legislação pode substituir isto».

Fonte: Grande Consumo