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Revista TecnoAlimentar

Retalhistas europeus opõem-se a proposta de Bruxelas para assegurar preços mais elevados aos agricultores

  • 23 fevereiro 2018, sexta-feira
  • mercados

Alguns supermercados não acolheram positivamente a intenção da Comissão Europeia assegurar aos produtores agrícolas preços mais elevados.

retalhistas

Os retalhistas holandeses, alemães e austríacos avisam que esta medida levará à subida dos preços para os consumidores.

Phil Hogan, comissário europeu com a pasta da agricultura e desenvolvimento rural, quer apresentar uma proposta que combata as práticas comerciais desleais em abril.

O objetivo é que os produtores agrícolas tenham melhores condições que, no seu entender, são atualmente impossíveis devido ao elevado poder de negociação dos supermercados.

Entre outros aspetos, a proposta quer abordar os pagamentos tardios e mudanças unilaterais nas condições do contrato.

Várias organizações retalhistas europeias já responderam por escrito à Comissão Europeia, defendendo que «a afirmação que os supermercados abusam do seu poder é factualmente incorreta».

O Financieele Dagblad cita algumas das cartas enviadas a Bruxelas e onde se pode ler que «as acusações sobre práticas comerciais desleais são anedóticas e falta-lhes prova factual. Os retalhistas alimentares têm muito poucas relações contratuais com os agricultores».

De acordo com as cadeias de supermercados, a proposta de Phil Hogan irá resultar apenas em maiores custos administrativos, que em última análise encarecerão o preço para o consumidor. É por isso que apelam a que se «coloque o consumidor em primeiro lugar e se ajude os agricultores a fazer o mesmo».

Também o EuroCommerce se opõe à proposta da Comissão Europeia. De acordo com a organização europeia, as sondagens usadas para a proposta não refletem factos, mas sim perceções.

«Não fornecem uma prova robusta do impacto destas alegadas práticas comerciais desleais», diz o EuroCommerce.

Segundo as cartas, os retalhistas não sentem a necessidade de legislação de âmbito europeu, tendo em conta que 22 dos 28 Estados-membros já têm as suas próprias leis.