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Revista TecnoAlimentar

Entrevista a Victoria d’Orey, Diretora de I&D da Izidoro: «Queremos ser reconhecidos no sector como especialistas em proteína»

Atual líder de mercado, a marca Izidoro reforçou recentemente o seu portefólio de produtos alimentares à base de proteína vegetal com o lançamento da gama de produtos frescos “Veggie Lovers”. Atenta às tendências alimentares dos consumidores, a marca pertencente ao Grupo Montalva, conta agora com uma nova gama 100% de origem vegetal, composta por hambúrgueres vegan, almôndegas vegan e bife vegan.

Victoria d’Orey, diretora de I&D da Izidoro, afirma: «Todos os produtos lançados sob a gama “Veggie Lovers” têm um selo V-Label que atesta a qualidade dos mesmos. A gama foi pensada para atingir o target dos consumidores flexitarianos sem comprometer o prazer no momento do consumo». Em entrevista à Tecnoalimentar, Victoria d’Orey expõe o atual posicionamento da marca centenária face ao novo paradigma de tendências de consumo e apresenta todas as novidades diferenciadoras no segmento das proteínas vegetais.

Pertencente ao Grupo Montalva, a Izidoro é uma marca centenária com forte notoriedade no público português e uma referência na área da charcutaria. Qual é o atual enquadramento da marca na indústria transformadora?

A Izidoro é neste momento a marca líder no mercado nacional, tendo desenvolvido produtos distintos e de referência neste sector. A estagnação do segmento de charcutaria é um dos grandes desafios. No mercado encontramos uma certa falta de inovação que afeta a valorização do produto. É nesse sentido que nos focamos numa estratégia de inovação, sempre assente num dos eixos fundamentais da marca, a qualidade, a que aliamos a competitividade de custo, e uma imagem disruptiva que acreditamos ser diferenciadora.

O Grupo Montalva é uma empresa certificada por normas altamente rigorosas e exigentes, tal como a certificação alimentar International Featured Standards (IFS Food), norma atribuída pela Global Food Safety Initiative (GFSI) à unidade da marca Izidoro no Montijo.
Qual o impacto que a implementação dessas normas teve para a empresa?

O Grupo Montalva atua num mercado cada vez mais competitivo, onde as margens são estreitas e onde a certificação nos trouxe um aumento de foco das equipas, um alinhamento ainda maior relativamente a este tipo de prioridades que no fundo geram competitividade face à concorrência.

A certificação em normas internacionais como a BRC, IFS, WFQ, cada vez mais exigentes do ponto de vista de qualidade, trouxe-nos uma maior notoriedade internacional e nacional, aumentando a confiança nas nossas marcas. A credibilidade conquistada nos mercados e consumidores foi um dos pilares estratégicos para o nosso crescimento sustentado em mercados internacionais.

Victoria d'Orey, diretora de I&D da Izidoro

Segundo o relatório da Lantern, em 2021, mantém-se a tendência dos consumidores de reduzir o consumo de carnes vermelhas e enchidos. Assistimos a uma transição das dietas mundiais.
Como vê a Izidoro este novo paradigma?

Embora em 2021 tenhamos observado uma estagnação do segmento de charcutaria, o Rabobank, especialistas mundiais em análise de tendências de consumo, projetou para 2022 um aumento de consumo da carne de suíno. Avaliando os últimos três anos vemos um crescimento ponderado do consumo de carne de suíno.

A campanha da “Veggie Lovers” garante que é possível fazer “boa carne sem carne” e 100% vegetal. Quais as reais características destes vossos produtos?Qual o impacto destes novos produtos comparativamente ao restante portefólio da Izidoro?  

Todos os produtos lançados sob a gama “Veggie Lovers” têm um selo V-Label que atesta a qualidade dos mesmos. A gama foi pensada para atingir o target dos consumidores flexitarianos sem comprometer o prazer no momento do consumo. O nosso departamento de I&D premiou a introdução de proteína de ervilha, proteína de soja e grão-de-bico aliados a aromas naturais especialmente desenvolvidos na Alemanha para o grupo Montalva.

Embora o core do nosso negócio é a proteína animal julgamos que também há espaço para em determinados momentos do tempo e do dia, haver atos de consumo à base de proteína vegetal. Queremos ser reconhecidos no sector agroalimentar como especialistas em proteína.

 O que distingue os produtos vegetarianos e vegan da marca Izidoro dos seus concorrentes?

A maior preocupação do departamento de I&D da Montalva foi desenvolver produtos nutricionalmente equilibrados, com aromas naturais, atestados pela classificação no Nutriscore A, sempre com alto teor de proteína, fibras e com baixo valores de gorduras saturadas.

Sendo uma marca atenta às tendências dos consumidores, pretendem explorar e lançar no mercado novos produtos alternativos à carne? Qual é o foco, neste momento, do departamento de investigação e desenvolvimento de produto da Izidoro?

O foco da equipa de I&D neste momento é aumentar a oferta que temos de produtos vegan. Os desenvolvimentos que temos em pipeline seguem essencialmente dois conceitos, o primeiro onde combinamos proteínas vegetais com superalimentos e um segundo onde utilizamos ingredientes chave de origem portuguesa. Queremos oferecer aos consumidores sabores e aromas alinhados com nosso tradicional gosto português.

Embalagem de Nuggets Chicken Style da gama “Veggie Lovers” da Izidoro.

O plano de sustentabilidade ambiental da marca foi traçado em 2017 e abrange diferentes áreas da organização. Como consequência da mudança de estratégia e enquanto líder nacional, qual o atual posicionamento da marca?

O Grupo Montalva tem vindo a implementar iniciativas em linha com a sua preocupação com o meio ambiente, com a saúde do consumidor e a promoção pela economia circular. Para nós, a questão da sustentabilidade ambiental não é só uma opção, é uma questão que de facto é um dos pilares desta organização. A materialização desta preocupação tem-se desenvolvido basicamente em três eixos.

O primeiro eixo refere se ao investimento, em quatro das nossas sete unidades produtivas, em energias renováveis para efeitos de autoconsumo, uma vez que somos consumidores intensivos de energia. Por outro lado, temos equipas especializadas em todas as unidades de eficiência produtiva, por forma a reduzir o desperdício. O terceiro eixo prende-se com a embalagem. A embalagem é uma parte importante da pegada ambiental da indústria alimentar. A embalagem é necessária para permitir o transporte dos géneros alimentícios e para garantir a segurança alimentar dos mesmos.

Temos tomado muitas iniciativas nesta área: lançámos as embalagens abre e fecha, que garante uma segunda vida a embalagem, e reduzimos a gramagem do plástico utilizado nas embalagens em cerca de 15%. Incorporámos também nas nossas embalagens uma percentagem significativa de produto reciclado e mais recentemente utilizamos cerca de 58% de vidro reciclado nos nossos frascos. Outro passo importante foram as embalagens ecoskin, que diminuem em 70% o uso de plástico e são 100% recicláveis. Foram desenvolvidas para a gama “Veggie Lovers” mas estamos neste momento a alargar para a charcutaria normal e carne fresca.

Leia a entrevista completa na edição n.º 30 da Revista TecnoAlimentar.

Nota de Redação

Entrevista publicada na edição n.º 30 da Revista TecnoAlimentar.

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