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Revista TecnoAlimentar

Quem mexeu no meu Queijo São Jorge DOP?

  • 26 setembro 2018, quarta-feira
  • mercados

Vacas que pastam maioritariamente 365 dias por ano são vacas felizes, certo? E vacas que vivem felizes ao ar livre produzem os melhores produtos lácteos. É esta a crença da LactAçores, união de cooperativas produtoras de laticínios dos Açores, que comercializa em exclusivo os produtos das ilhas do arquipélago.

queijo

Um dos mais destacados – o Queijo São Jorge DOP – foi apresentado pela empresa em Portugal continental, num evento que teve como objetivo dinamizar e sensibilizar para a importância deste produto na economia regional e no Património Gastronómico Nacional. Marcaram presença vários membros do governo, profissionais do setor dos lacticínios e o Chef Vítor Sobral, que contribuiu com o pão da sua Padaria da Esquina numa degustação de queijos e vinhos açorianos.

É da Uniqueijo que sai este queijo tradicional e muito apreciado, produzido em exclusivo na ilha de São Jorge desde que esta foi descoberta, no século XV. Há, aliás, uma história associada ao produto-estrela dos Açores.

As condições climáticas do solo na ilha para a produção de pastagem - e a introdução de gado ainda antes do seu povoamento - levaram os habitantes a recorrer ao fabrico de queijos como reserva alimentar e assim aproveitarem o excesso de leite.

Entre os primeiros povoadores da ilha estavam os Flamengos, que vieram encontrar nas zonas altas um clima semelhante ao da sua terra de origem, e se habituaram a produzir carne, leite e lacticínios, em particular os queijos.

Sabe-se que há cerca de 200 anos o queijo de São Jorge já tinha a forma atual, cilíndrica e volumosa, tendo-se chegado a produzir alguns por encomenda especial. Em 1986, foi criada a Região Demarcada do Queijo de São Jorge e atribuída a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida (DOP) à marca Queijo de São Jorge.

Além da perícia e dos saberes dos queijeiros jorgenses, este queijo deve a sua especificidade às características dos pastos abundantes nas zonas de média e elevada altitude, onde existem as chamadas ‘ervas de misturas’, uma combinação natural de gramíneas e leguminosas que se refletem nas propriedades organoléticas do leite.

Entre as suas principais características, bem distintas dos restantes queijos da ilha, encontramos o aroma e sabor forte e ligeiramente picante, particularidades que se vão acentuando com o tempo de cura, que pode ir dos 3 aos 36 meses; a consistência firme, de pasta amarelada, dura ou semi-dura; e um processo de fabrico artesanal que inclui o coalho animal, de leite de vaca inteiro e cru, o fermento natural e a salga direta na massa.

O Queijo São Jorge DOP está disponível nos formatos inteiro, quartos, fatias, rolos e ralado.