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Revista TecnoAlimentar

Quebras no retalho espanhol poderão ascender a 25 mil milhões de euros

A distribuição moderna espanhola deverá registar uma quebra na ordem dos 10%, ou seja, 25 mil milhões de euros em receitas devido à pandemia COVID-19. As contas foram feitas pela ANGED (Asociación Nacional de Grandes Empresas de Distribución), o equivalente à Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), e citadas nos mais diversos media espanhóis.

Supermercado

As contas da ANGED foram feitas com base numa faturação global de 250 mil milhões de euros, estimando a associação que no primeiro dia em que as empresas possam abrir, registarão uma queda no consumo entre 40% e 50%. “Nestas semanas de alarme, será perdido mais do que tudo o que o setor perdeu entre 2008 e 2013”, revelou o CEO da ANGED, Javier Millán Astray, numa reunião por videoconferência com os media espanhóis.

O presidente da associação, Alfonso Merry del Val, antecipou, por sua vez, uma «impressionante queda no emprego» e uma alarmante falta de liquidez quando as empresas retomarem a atividade. A perda no turismo, o medo dos consumidores espanhóis e o impacto que o crescimento do desemprego terá no consumo são elementos que, na sua opinião, reduzirão a atividade no setor.

«Não existe uma empresa que disponha de dinheiro suficiente para pagar as despesas operacionais enquanto estiver fechada sem gerar receita», afirmou Javier Millán Astray. A ANGED pede, por isso, ao Governo que intensifique as medidas de liquidez, como a expansão das garantias para empréstimos ou uma moratória de impostos e outros pagamentos ao Estado.

Em termos de emprego, a previsão da ANGED é que os layoffs do setor afetem cerca de 100 000 trabalhadores. «Os empregos que podem ser perdidos dependerão do diálogo social das empresas com os trabalhadores, dos ajustes que podem ser feitos e da flexibilidade com que serão executados», argumenta Millán-Astray aos media espanhóis. O presidente da ANGED, por sua vez, termina referindo que «temos que defender acima de tudo o emprego e todas as nossas empresas estão a fazer isso, mas não apenas hoje, mas também dentro de três e seis meses».

FONTE: Revista Distribuição Hoje