Puré de maçã Baby Food: prevenção do escurecimento na produção e durante o armazenamento - bibliografia
Por: Maria Inês Arranca1, Adriana Patrício1, Andreia Lopes2, Sofia Ruivo2, Oswaldo Trabulo2, Manuel A. Coimbra1, Elisabete Coelho1
1 LAQV/REQUIMTE, Departamento de Química, Universidade de Aveiro
2 Indumape - Industrialização de Fruta, S.A.
RESUMO
A produção de purés de fruta Baby Food tem requisitos que limitam a quantidade de ácido ascórbico e de ácido cítrico adicionados para a inibição do escurecimento enzimático. Durante o armazenamento poderão também ocorrer reações de escurecimento não enzimático que reduzem o prazo de validade e as propriedades organoléticas como a cor, sabor e textura. A realização de ensaios à escala laboratorial permitiu estabelecer regras para a produção industrial de purés de maçã Baby Food. O uso de maçãs maduras, complementado com a adição de 50 mg de ácido ascórbico e de 150-200 mg de ácido cítrico por 100 g de maçã previne o escurecimento enzimático. Estes valores estão abaixo dos limites estabelecidos pela regulamentação da União Europeia e permitiram obter um puré com boas características organoléticas. O ácido cítrico apresentou uma menor eficácia na inibição do escurecimento enzimático que o ácido ascórbico. No entanto, a sua adição conjunta apresentou uma maior prevenção do escurecimento. Ao longo do armazenamento verificou-se acastanhamento não enzimático, devido às reações de Maillard. Através de ensaios de envelhecimento acelerado, a estimativa do prazo de validade baseada na alteração de cor do puré (ΔE) de maçã é de 7 meses à temperatura ambiente.
BIBLIOGRAFIA
Ali, H. M., El-Gizawy, A. M., El-Bassiouny, R. E. I., & Saleh, M. A. (2015). Browning inhibition mechanisms by cysteine, ascorbic acid and citric acid, and identifying PPO-catechol-cysteine reaction products. J Food Sci Technol, 52(6), 3651–3659. https://doi.org/10.1007/s13197-014-1437-0
Altunkaya, A., & Gö, V. (2008). Effect of various inhibitors on enzymatic browning, antioxidant activity and total phenol content of fresh lettuce (Lactuca sativa). Food Chemistry, 107, 1173–1179. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2007.09.046
Bilbie, C., & Ghizdareanu, A. (2021). Comparative analysis of estimated shelf life approaching accelerated aging methods. Scientific Bulletin. Series F. Biotechnologies, XXV(1), 104–111.
Comissão Europeia. (2006a). Directiva 2006/125/CE da Comissão de 5 de Dezembro de 2006 relativa aos alimentos à base de cereais e aos alimentos para bebés destinados a lactentes e crianças jovens. Jornal Oficial Da União Europeia, 2006, 16–35.
Comissão Europeia. (2006b). Regulamento (CE) no 1881/2006 da Comissão de 19 de Dezembro de 2006 que fixa os valores máximos de certos contaminantes presentes em géneros alimentícios. Jornal Oficial Da União Europeia, 2006(8), 5–24.
Coseteng, M. Y., & Lee, C. Y. (1987). Changes in Apple Polyphenoloxidase and Polyphenol Concentrations in Relation to Degree of Browning. Journal of Food Science, 52(4), 985–989.
Ibarz, A., Pagán, J., & Garza, S. (2000). Kinetic models of non-enzymatic browning in apple puree. Journal of the Science of Food and Agriculture, 80(8), 1162–1168. https://doi.org/10.1002/1097-0010(200006)80:8<1162::AID-JSFA613>3.0.CO;2-Z
Jiang, Y., Duan, X., Qu, H., & Zheng, S. (2016). Browning: Enzymatic Browning. Encyclopedia of Food and Health, 508–514. https://doi.org/10.1016/B978-0-12-384947-2.00090-8
Liao, T., Liu, J., Sun, Y., Zou, L., Zhou, L., Liu, C., Terefe, N. S., & Liu, W. (2020). Differential inhibitory effects of organic acids on pear polyphenol oxidase in model systems and pear puree. LWT - Food Science and Technology, 118, 108704. https://doi.org/10.1016/J.LWT.2019.108704
Liu, W., Zou, L. Q., Liu, J. P., Zhang, Z. Q., Liu, C. M., & Liang, R. H. (2013). The effect of citric acid on the activity, thermodynamics and conformation of mushroom polyphenoloxidase. Food Chemistry, 140(1–2), 289–295. https://doi.org/10.1016/J.FOODCHEM.2013.02.028
Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas. (2008). Decreto-Lei no 53/2008 de 25 de março. Diário Da Republica — I SÉRIE, 59, 1667–1674. http://www.apcv.pt/pdfs/legislacao/Decreto-Lei n132_2000.PDF
Oliveira, C. M., César, A., Ferreira, S., De Freitas, V., & Silva, A. M. S. (2011). Oxidation mechanisms occurring in wines. Food Research International, 44, 1115–1126. https://doi.org/10.1016/j.foodres.2011.03.050
Poei-Langston, M. S., & Wrolstad, R. E. (1981). Color Degradation in an Ascorbic Acid-Anthocyanin-Flavanol Model System. Journal of Food Science, 46, 1218–1222.
Prchalová, J., Ížková, H., Ševík, R., Hanušová, K., & Rajchl, A. (2016). Evaluation of shelf-life of fruit baby food. Agronomy Research, 14(2), 556–568.
Shiferaw Terefe, N., Buckow, R., Cornelis Versteeg, &, Terefe, N. S., & Versteeg, C. (2014). Critical Reviews in Food Science and Nutrition Quality-Related Enzymes in Fruit and Vegetable Products: Effects of Novel Food Processing Technologies, Part 1: High-Pressure Processing Quality-Related Enzymes in Fruit and Vegetable Products: Effects of Novel Food Processing Technologies, Part 1: High-Pressure Processing. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 54(1), 24–63. https://doi.org/10.1080/10408398.2011.566946
Van Boekel, M. A. J. S. (2006). Formation of flavour compounds in the Maillard reaction. In Biotechnology Advances (Vol. 24, Issue 2, pp. 230–233). https://doi.org/10.1016/j.biotechadv.2005.11.004
Veitch, N. C. (2004). Structural determinants of plant peroxidase function. Phytochemistry Reviews, 3(1–2), 3–18. https://sci-hub.se/10.1023/B:PHYT.0000047799.17604.94
Y. H. Hui. (2006). Food biochem and food processing . Blackwell Publishing.