“Pré-cozinhados” ou “prontos a comer”?
Carla Barbosa1,2,4, Manuel Rui Alves1,2,3
1 Centro de Investigacao e Desenvolvimento em Sistemas Agroalimentares e Sustentabilidade, Instituto Politecnico de Viana do Castelo (CISAS – IPVC)
2 Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (LAQV-REQUIMTE-FMUP)
3 Diretor da Revista TecnoAlimentar
4 Subdiretora da Revista TecnoAlimentar
Com a crescente necessidade de consumo de alimentos fora de casa, de fácil e rápida preparação, a procura de refeições económicas e equilibradas, do ponto de vista nutricional e organolético, tem vindo a aumentar. O recurso a alimentos prontos a consumir ou pré-cozinhados também é cada vez maior pelas unidades de restauração pertencentes a grandes cadeias servidas por uma cozinha central ou unidades de restauração colectiva que servem importantes sectores da sociedade, tais como escolas, universidades, hospitais, centros prisionais, entidades industriais privadas ou outros que desempenham um importante papel na comunidade, respondendo às suas necessidades de flexibilidade e varieddade de oferta de soluções alimentares com garantia de qualidade. As expressões "pré-cozinhados" e "pronto a comer" referem-se a tipos diferentes de alimentos com características específicas em termos de preparação, armazenamento e consumo.
Foto: ASAE
Os alimentos "pré-cozinhados" são alimentos que já sofreram uma parte significativa do processo de confeção, e que necessitam de alguma preparação adicional antes do momento de consumo. Esta finalização ou regeneração geralmente envolve cozimento final forno ou no microondas, com necessidade ou não de uma montagem, caso existam componentes que sejam apresentados em compartimentos separados. Alguns exemplos são as refeições congeladas e as refeições embaladas com atmosfera modificada (vácuo ou protetora), como são o caso das lasanhas, o típico arroz de pato, bacalhau com natas ou “à Brás”, entre muitos outros pratos habitualmente presentes na dieta típica nacional.
Estes alimentos “pré-cozinhados” carecem habitualmente de um processo de armazenamento à temperatura de congelação ou refrigeração, dependendo do processo de conservação associado, o que também ditará o seu tempo de vida útil, que será sempre mais reduzido no caso dos alimentos refrigerados.
Em termos de conveniência, este tipo de alimentos permitem que consumidor disponha de uma grande variedade de refeições, cujo tempo de confeção é sempre mais reduzido do que a preparação a partir da mistura e tratamento das respetivas matérias primas adquiridas em fresco.
Os alimentos "pronto a comer", também conhecidos como produtos IV gama, são alimentos que não necessitam de qualquer tipo de preparação adicional antes de serem consumidos, podendo mesmo ser consumidos diretamente da própria em embalagem. Extremamente convenientes, para situações onde não há tempo ou recursos para cozinhar, são muito frequentemente utilizados para refeições rápidas, almoços de trabalho ou snacks. Alguns exemplos são os as saladas embaladas, sanduiches, frutas cortadas e embaladas e ainda aquelas refeições prontas para consumir frias ou aquecidas rapidamente Estes últimos, classificados como de V gama, são alimentos pré-cozinhados, prontos a consumir tal como estão após breve aquecimento, pois já foram submetidos a um processo de confeção (pasteurização) e embalados de forma a assegurar a sua estabilidade e segurança. Este tipo de alimentos de uma forma geral, para além do processo de conservação inerente ao seu processamento, carecem ainda de uma conservação a temperaturas de refrigeração até ao momento de consumo. Existem ainda alguns alimentos que podem ser armazenados à temperatura ambiente, como é o caso de refeições prontas esterilizadas, enlatadas ou embaladas de forma hermética.
Em termos de conveniência, as diferenças são ténues entre estes dois tipos de conceitos. Podem-se salientar os tempos de preparação e tempo de vida útil até ao seu consumo e mesmo os meios necessários. No entanto, ao nível do seu processamento industrial, há grandes diferenças sobretudo no que diz respeito ao processamento, à forma de apresentação e preocupações em termos de embalagem de conservação.
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