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Revista TecnoAlimentar

Evento digital reúne líderes mundiais do retalho

GS1 Industry & Standards Event 2021 reuniu representantes dos mais variados setores e parceiros tecnológicos para identificar necessidades, discutir soluções e analisar a viabilidade das respostas em termos de tecnologia. Além dos mais de 65 workshops virtuais, o destaque do evento foi para as Sessões Plenárias com líderes mundiais em diferentes áreas de atuação, sobretudo no retalho.

Miguel Lopera, presidente e CEO da GS1, realçou a importância do evento para “a construção de um futuro mais resiliente”, destacando a presença virtual de mais de 1100 participantes, de quase 400 empresas com sede em 84 países diferentes.

Na sua intervenção Miguel Lopera, falou das principais áreas de atuação da GS1 a nível global, com especial destaque para o setor da saúde e marketplaces, como um novo ecossistema que exige uma adaptação dos standards ao meio digital. “A colaboração entre os vários intervenientes da indústria sempre desempenhou um papel crucial no sucesso de uma cadeia de abastecimento. Essa colaboração ainda se evidencia mais quando nos propomos a corresponder às exigências dos consumidores ao partilhar mais e melhor informação sobre os produtos e os processos”, explicou. Sobre planos futuros, o CEO da GS1 Global realçou a necessidade de “chegar a produtores mais pequenos para garantir a correta rastreabilidade dos produtos, seja qual for a sua origem”. “Acredito que nos próximos anos, o nosso foco estará centrado na troca de informações entre os vários pontos da supply chain, o que destacará standards como o GTIN, um pouco por todo o mundo”, conclui.

Seguiu-se a intervenção de Maria Palazzolo, diretora executiva e CEO da GS1 Austrália. Maria Palazzolo exemplificou de que forma a organização naquele país está alinhada com a estratégia global da GS1. Maria Palazzolo foi mais longe e partilhou os 4 passos essenciais para uma jornada digital de sucesso, com base nos standards GS1: “a partilha de dados e a garantia da sua qualidade; o GTIN; o Key Issuance; e o Verified by GS1”. A CEO da GS1 Austrália afirmou ainda que “espera servir de referência e inspiração a outras GS1”.

Ainda no Plenário de Abertura, Jean-Marc Klopfenstein, da Nestlé, reforçou a importância de “uma linguagem comum e global para estabelecer uma relação de confiança entre os diferentes pontos da cadeia de abastecimento”. “A migração para o digital, não é só sobre tecnologia, mas sim sobre a informação que conseguimos disponibilizar aos consumidores, retalhistas e fabricantes. Queremos usar a codificação 2D de forma consistente em toda a indústria, por permitir complementar muito mais dados e de forma mais dinâmica”, acrescentou.

Já Bernhard Schindlholzer, do Google Shopping, sublinhou acreditar que “a organização da informação e um conhecimento aprofundado dos dados são os grandes desafios do mundo digital”. “É aqui que a GS1 tem um valor único ao identificar, verificar e digitalizar a informação”, assegurou. Bernhard Schindlholzer falou ainda sobre a importância de standards digitalmente interligados e interoperáveis, de forma a “redirecionar os consumidores para verificarem mais informação sobre os produtos, o que irá resolver muitos dos nossos problemas na Google”.

A fechar este plenário, Cyndi Poetker, da Abbott, partilhou a sua experiência sobre os standards e serviços GS1. “A visibilidade da cadeia de abastecimento é muito difícil e os standards GS1 facilitam muito esse processo. É essecial assegurar que os produtos certos, chegam à localização certa, à hora certa”, referiu.

Outra das sessões que despertou maior interesse dos participantes foi o Plenário de Retalho, que contou com Lindsey Mazza e Kees Jacobs da Capgemini, líder global em consultoria, serviços de tecnologia e transformação digital. Kees Jacobs começou por defender a importância do “imediato” para os consumidores, “que alteram as suas necessidades de forma muito dinâmica”. Por isso, explicou que “a agilidade da cadeia de abastecimento é crucial, assim como a personalização, que pode ser atingida através da tecnologia”.

Neste plenário, foram destacados também três pilares base da partilha de dados que devem ser tidos em conta pelas empresas – data storytelling, data literacy e data collaboration. “A importância dos dados é um desafio para retalhistas tradicionais, no entanto não é um problema para marketplaces, que nasceram no digital e, por isso, está-lhes no ADN”, explicou Lindsey Mazza.

Em jeito de conclusão, os especialistas no setor do retalho garantiram que “a GS1 potencia uma colaboração mais ágil, por assegurar tecnologias diferentes para abordagens e necessidades diferentes”.