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Revista TecnoAlimentar

Leite “Vacas Felizes” em expansão nos Açores

  • 14 fevereiro 2018, quarta-feira
  • mercados

Novo leite de pastagem veio aproveitar as condições climatéricas dos Açores onde as vacas podem pastar ao ar livre todo o ano. O preço é superior, mas o produto já se impôs. Próximo passo é internacionalizar.

leite

Lançado há pouco mais de um ano, o novo leite Terra Nostra já conquistou o seu lugar nos laticínios da francesa Bel, a empresa detentora da marca, e conseguiu transformar-se num modelo de negócio sustentável, apesar do preço superior.

Mas o que tem, afinal, de diferente e inovador este leite? É um leite recolhido apenas de produtores certificados e de vacas que pastam todo o ano ao livre, nos Açores, daí o nome que recebeu: Programa de Vacas Felizes.

O novo produto conquistou 5,6 milhões de euros de faturação, em 2017, o que representa 20% do total faturado pelos laticínios da Terra Nostra. No total, este valor equivale a 20 milhões de litros vendidos e uma quota de mercado de 6%.

No próximo ano, a Bel tem como objetivo chegar aos 10%. O leite de pastagem Terra Nostra já entrou em todos os clientes do retalho, diz, com orgulho, Paula Amaral, marketing manager da marca: lojas Continente, Pingo Doce, Jumbo, Intermarché, Dia Minipreço e, desde o passado mês de Janeiro, Lidl e Aldi, «o que perfaz 100% do retalho moderno».

Para o futuro, os planos são levar dar a conhecer este leite noutros países. «Temos planos para internacionalizar, já em 2018, para mercados onde os consumidores também são exigentes e pagam um preço mais elevado por produtos de mais valor», defende a responsável.

Ásia e Médio Oriente são os destinos que estão, para já, a ser estudados, adianta. De momento, o leite de pastagem Terra Nostra está apenas disponível em Portugal, «pela restrição que temos em termos de produção: só recolhemos leite de produtores certificados Terra Nostra, cerca de 50, da Ilha de S.Miguel, que são auditados e certificados por uma entidade externa (SGS)», explica a mesma responsável.

No seguimento do leite de pastagem Terra Nostra, a marca lançou também a manteiga 365 dias de Pastagem feita com leite de produtores do Programa Leite de Vacas Felizes. E as novidades não vão ficar por aqui. «Temos um plano de inovação bastante preenchido para os próximos dois anos, com lançamento de novas variedades de leite de pastagem», acrescenta a marketing manager, sem querer desvendar mais.

A diferenciação deste leite já valeu à Bel vários prémios nacionais e internacionais, entre os quais o ‘Good Dairy Commendation’ atribuído pela ONG britânica, além de ter sido finalista do Prémio Inovação NOS, o ano passado.

Quando a Bel pensou em produzir um leite de melhor qualidade, procurou as tendências a nível internacional: a preocupação crescente da população com as boas práticas alimentares e, por outro lado, o respeito crescente pelo ambiente e bem estar animal.

Deu-se conta, então, que a pastagem era vista como uma prática de excelência no mundo inteiro e que Portugal ainda estava associado a um método tradicional.

Foi então que se pensou nas condições climatéricas ideais dos Açores e na possibilidade de pôr as vacas a pastar ao ar livre e a comer erva fresca todo o ano. São muito poucos os locais a nível mundial onde é possível a pastagem 365 dias por ano.

Só mesmo a Nova Zelândia. Por exemplo, na Irlanda são 320 dias e na Holanda apenas 120. A ideia foi passada à prática e o novo produto já se impôs no mercado.

Fonte: Dinheiro Vivo