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Revista TecnoAlimentar

Irradiação, um método por excelência ou tecnologicamente ultrapassado?

A irradiação é um método usado em processamento alimentar com a finalidade de alargar o tempo de vida útil dos alimentos. A ampla disseminação deste método e as suas repercussões do ponto de vista macroeconómico justificam uma premente revisão bibliográfica de forma a analisar a utilização da irradiação em alimentos frescos como fruta e hortícolas, como técnica de conservação a nível global.

Atualmente esta tecnologia tem registado uma diminuição da sua aplicação na Europa e Estados Unidos da América e um aumento significativo em economias emergentes, levando a um aumento do potencial macroeconómico das mesmas, com impacto positivo na redução da carga microbiana e aumento de tempo de vida útil dos alimentos. A irradiação é muito recomendada para inativação de microrganismos patogénicos e se combinada com outros métodos, pode aumentar a qualidade alimentar dos produtos.

A irradiação como tecnologia de conservação de alimentos, continua a ser muito usada porque comprovadamente potencia o tempo de vida útil dos alimentos (Shahbaz, 2016), por outro, é cada vez mais usada por países terceiros, nomeadamente India, Paquistão, Tailândia, Vietname, potenciando a capacidade exportadora destas economias emergentes (Bustos–Griffin, 2012) e a sua afirmação no sector agroindustrial mundial. Sem recurso a irradiação, estariam estes mesmos países limitados, pela distância geográfica aos principais importadores, a realizar trocas comerciais em larga escala.

Hoje a comunidade científica tem importantes evidências de que métodos de processamento não térmicos como a irradiação, têm um importante papel na promoção dos fitoquímicos nos alimentos e, em certos casos, podem aumentar a sua atividade e disponibilidade, potenciando os benefícios' quer para a saúde humana, quer do ponto de vista económico. Por um lado, é possível, com recurso a esta tecnologia Isoladamente ou combinada, obter produtos frescos seguros e de qualidade.

A mesma permite simultaneamente aumentar o tempo de vida útil e manter as características nutricionais e organoléticas das frutas e hortícolas. O potencial macroeconómico de trocas comerciais de produtos potencialmente perecíveis reveste-se de particular interesse para países economicamente mais vulneráveis e para economias emergentes.

Nota de Redação

Artigo publicado na edição n.º 29 da Revista TecnoAlimentar.

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