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Revista TecnoAlimentar

Ingredientes naturais e a tendência para rótulos sem “E”

Natural

Se há alguns anos, um dos eixos da alimentação saudável eram os ingredientes funcionais, produtos que incorporam ingredientes ativos com algum componente benéfico para a saúde, agora reveste-se de maior importância a tendência para o natural.

Ingredientes e conservantes naturais são um fator de decisão na opção de compra e, por isso, os rótulos sem “E” estão na moda.

A procura do consumidor pelo natural está a criar uma tendência crescente na indústria alimentar, que leva ao uso de ingredientes e aditivos naturais como alternativa aos conservantes químicos. Neste campo, a investigação e desenvolvimento são contínuos.

Dentro de substâncias de origem natural destacam-se os óleos essenciais, já que são o grupo maioritariamente estudado. Derivam na sua maioria de especiarias (alecrim, cominhos, cravo, tomilho, orégãos, canela, salsa…) mas também de frutas como o limão e a lima.

Alguns dos estudos mais recentes nesta área destacam o uso da canela como antibacteriano natural (estudo publicado na Food Control). Um outro estudo que merece destaque e que foi publicado recentemente na “Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety”, já que faz uma revisão dos prós e contras associados ao uso de alguns antimicrobianos naturais, como são os terpenos, péptidos, polissacarídeos, como o quitosano, e alguns compostos fenólicos.

Atualmente, estão a ser conseguidos importantes avanços tecnológicos de conservação de alimentos, focados em manter a qualidade organolética (aspetos hedonistas tais como o sabor, odor, cor ou aspeto visual) e também o tempo de vida útil do alimento.

Estes avanços são provocados pelo consumidor, que procura produtos naturais, mas não está disposto a renunciar à qualidade e com um prazo de validade igualmente alargado.

Deste modo, a indústria está a trabalhar na melhoria da experiência sensorial do consumidor, na relação do consumidor com o produto, que o deseja perceber, na medida do possível, como “fresco” e “natural”.

Por exemplo, no campo dos tratamentos por calor, uma alternativa tecnológica à pasteurização tradicional é a pasteurização mediante microondas para a conservação de alimentos que se comercializam refrigerados. Trata-se de um sistema menos agressivo sobre a qualidade do alimento, mas igualmente eficaz relativamente às tecnologias convencionais.

Este processo de pasteurização mediante microondas adequa-se particularmente para pratos preparados refrigerados de curta vida útil, já que consegue melhorar a sua qualidade, oferecendo tanto à indústria de alimentação, como às empresas de Hotelaria e Restauração um meio alternativo mais eficiente para a conservação destes produtos.

Fonte: AINIA.