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Revista TecnoAlimentar

Industriais de aves alertam para rotulagem fraudulenta nos frangos

O Presidente da Associação Nacional que representa a indústria das aves (ANCAVE), Avelino Gaspar, alertou para a presença de produtos com rótulos adulterados, apelando às autoridades sanitárias para que estejam muito atentas à rotulagem.

Explica que é preciso que as nossas autoridades estejam muito atentas, para que os nossos consumidores não sejam enganados, pensando que estão a consumir um produto português ou europeu e, afinal, estão a consumir um produto de países terceiros, em que não foram respeitadas as regras de bem-estar animal e de alimentação definidas pela União Europeia.

O responsável da ANCAVE - Associação Nacional dos Centros de Abate de Aves e Indústrias Transformadoras de Carne de Aves considerou que se trata de uma concorrência desleal e afirmou que existem à venda em Portugal produtos mal rotulados, indicando que a origem é nacional ou europeia, quando, de facto, não é.

São produtos que vêm da Ucrânia, por exemplo, que produz 59 quilos de carne por metro quadrado, em desrespeito total pelo bem-estar animal, mas também de grandes países produtores, como os Estados Unidos, Brasil ou Tailândia.

Avelino Gaspar explicou que a carne entra na Europa normalmente por via marítima – sendo a rotulagem fiscalizada nesta altura – mas é posteriormente distribuída por ‘traders’ pelos diferentes países europeus, num percurso que não é totalmente acompanhado.

No entanto, não é fácil para o consumidor reconhecer a diferença.

Portugal tem, atualmente, o maior consumo per capita de frango da Europa (29 quilos anuais, contra uma média europeia de 23 quilos) e a indústria nacional já é excedentária neste tipo de produto, exportando cerca de 10% do que produz.

No que diz respeito ao produto em fresco, os frangos nacionais são consumidos em Espanha, França, Luxemburgo, Suíça e Reino Unido, enquanto o produto congelado chega ao mundo inteiro.

Lamenta apenas que, por enquanto, não se consiga chegar aos mercados asiáticos, exceto no caso do Japão.

Avelino Gaspar garante que o setor é competitivo e está bem capitalizado, apesar dos desafios da concorrência externa e de dificuldades internas, como os prazos de licenciamento das explorações.

Fonte: Lusa